Ricardo Amorim rebate ‘recuperação em V’ de Guedes: ‘Está mais para W’

Comentarista econômico foi o entrevistado do Morning Show nesta quarta-feira (2)

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2020 11h42
Johnny Drum/Jovem Pan Ricardo Amorim diz que é preciso mudar 'motor de recuperação' econômica

Ricardo Amorim, consultor econômico e comentarista do programa Manhattan Connection, da GloboNews, acredita que a recuperação da economia brasileira se dará em W, não em V, como defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ou seja, o país não se recuperará na mesma proporção que sua retração, mas terá altas e baixas nos próximos meses. Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, nesta quara-feira (2), Ricardo Amorim disse que o auxílio emergencial deu, ao mesmo tempo, alívio e preocupação para o presidente Jair Bolsonaro. “Adoraria acreditar [na recuperação em V], mas acho que está mais para W. Tivemos, de fato, a maior queda da história entre o final de março e abril, a economia já começou a recuperar a partir de maio, não no mesmo ritmo da queda, mas de uma forma forte. Só que o principal motor dessa recuperação vai perder gás, que é a medida do auxílio emergencial”, apontou.

Segundo ele, a injeção de dinheiro com o auxílio emergencial ajudou na recuperação da economia, porém seu verdadeiro custo será sentido mais à frente. “É caro demais, o governo não tem dinheiro para isso e vai ter que reduzir o auxílio, como anunciado. Essa redução provavelmente vai tirar gás da recuperação. Não vou ficar surpreso se, nos próximos meses, nós tivermos pequenas quedas, nada do tamanho da inicial, mas vai perder força agora”, explicou. Amorim defendeu que a economia brasileira só voltará a crescer quando o “motor da recuperação” não for mais o auxílio emergencial. Após a recuperação da confiança tanto dos consumidores quanto dos empresários, o próximo grande passo para a estabilização econômica, segundo Amorim, é a reforma administrativa. “O governo pode cortar gastos com a reforma administrativa, mas as últimas notícias a respeito não são boas. O governo tirou
completamente a prioridade disso”, afirmou.

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