Jovem Pan transmite debate com líderes do agronegócio sobre dificuldades e expectativas do setor para 2016

  • Por Jovem Pan
  • 26/11/2015 14h01
Vista de horta no bairro Jardim Limoeiro, zona oeste de São José dos Campos (SP). (São José dos Campos, SP, 01.08.2014. Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Fotoarena/Folhapress) Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress Tecnologia no Agronegócio

 Líderes do agronegócio traçam as dificuldades enfrentadas pelo setor mas mantêm expectativas positivas para 2016. No debate que irá ao ar no domingo (29/11) será possível acompanhar o balanço deste ano e as projeções para o longo prazo.

Para o diretor-executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos, David Roquetti Filho, o atraso logístico prejudica o crescimento do setor: “Seria fundamental a gente estabelecer um planejamento estratégico do agronegócio. E dentro desses itens nós vamos chegar às questões de infraestrutura e logística”.

O diretor da ANDEF, Associação Nacional de Defesa Vegetal, avalia que o setor deve fechar 2015 com resultado positivo. Eduardo Daher aponta que, apesar da pujança do agronegócio, o crescimento será menor do que o do ano passado: “Já estamos caindo para quase US$ 10 bilhões, o que ainda é um número muito importante, porém é um queda substancial em relação ao mercado como um todo”.

O vice-presidente da Basf, responsável pela área agro para a América Latina, descreve que o setor de defensivos é duramente impactado pelo câmbio. Eduardo Leduc diz que o Brasil passou por processo de desindustrialização e espera reversão do quadro para o próximo ano: “Um país agrícola não deveria importar 90% do que utiliza. Então passamos um momento hoje de importar o câmbio atual. Isso será repassado para o mercado, então vemos que 2016 será um ano onde a gente volta a ter certa estabilidade em relação ao mercado, após a queda deste ano que foi de 10 a 15%”.

O presidente da Abag, Associação Brasileira do Agronegócio, ressalta que o país vive um ciclo de preços baixos. Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, é preciso dar continuidade ao crescimento através da sustentabilidade e equilíbrio na governança: “A continuidade no esforço do agronegócio, por exemplo, em produtividade e sustentabilidade, essa é a essência do que nos faz diferentes. Que nos faz ser aceitos no resto do mundo”. O presidente da Abag diz que a atuação do Brasil nas discussões climáticas de Paris, em dezembro, deve aprimorar as questões de sustentabilidade.

Expectativas para o Futuro

O agribusiness tem se destacado como um dos únicos setores que tem crescido na economia brasileira.

Alexandre Figliorino, diretor de agronegócio do banco Itaú BBA, aponta que a saída da crise está neste ramo, com o grande potencial de exportação: “O agro precisa reagir e vai ajudar o país a reagir principalmente pelo lado da exportação. E a exportação vai gerar renda aqui dentro e vai substituir a importação”. O diretor aponta ainda que o agronegócio tem sido fundamental em um momento em que a economia interna está em queda.

O presidente da Agroconsult, André Pessoa, destaca, no entanto, que o setor ainda sofre muito com os problemas de infraestrutura: “A gente precisa melhorar a logística, precisa melhorar em temas de regulação, de disponibilidade mais rápida de novas tecnologias para aumentar a produtividade do campo e seguir a trajetória de melhorar a qualidade da produção, sobretudo do ponto de vista da sustentabilidade ambiental e social do setor”. Ele lembra também que a crise econômica deverá paralisar os avanços na infraestrutura do país.

Já o diretor-executivo da Abag, Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Cornacchioni, aponta que é preciso olhar em longo prazo: “Nós temos uma responsabilidade enorme, não só em relação ao emprego, divisas e participação no produto interno de quase 25%. Na produção agrícola e pecuária tem que pensar em longo prazo, não é uma produção de hoje para amanhã. O ano que vem será difícil, precisamos ter muito critério e muita cautela para administrar o ano”. Luiz Cornachioni ressalta que a desvalorização do câmbio tem ajudado o setor a impulsionar ainda mais o seu faturamento.

O Debate

O comentarista de agronegócio da Jovem Pan, José Luiz Tejon, que mediou o debate, exalta a importância da discussão na sociedade brasileira: “O debate aqui na Jovem Pan é muito rico e muito importante porque trazemos para o cidadão urbano informações importantes do agronegócio brasileiro. Isso é importante para todo cidadão, para todo brasileiro”. Tejon, que apresenta todos os domingos o “A Hora do Agronegócio”, considera essencial melhorar a imagem do setor nas grandes cidades.

Roberto Rodrigues, professor da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, acredita que o urbano deve estar sempre junto do rural: “Um programa como esse da Jovem Pan, que tem uma audiência extraordinária, contribui enormemente para a redução da distância entre urbano e rural, transformando ambos naquilo que sempre foram e sempre serão: gêmeos siameses”.

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