Jungmann pede que oposição “tenha um pouco mais de lógica” ao criticar uso de Forças Armadas

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2017 08h14
Brasília - O ministro da Defesa, Raul Jungmann durante encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Raul Jungmann

O presidente da República Michel Temer decretou nesta quarta-feira (24) uma ação de Garantia de Lei e da Ordem em Brasília. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann por conta da violência registrada na marcha Ocupa Brasília, que era “prevista como pacífica, degringolou para a violência, desrespeito, ameaça às pessoas”.

No decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, Michel Temer autoriza o emprego das Forças Armadas e define que a área de atuação para o emprego das Forças Armadas será definida pelo Ministério da Defesa a partir desta quarta-feira (24) até o dia 31 de maio.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, defendeu o decreto que acionou a Garantia da Lei e da Ordem em Brasília nesta quarta e disse que a oposição deve ter “um pouco mais de lógica” ao criticar a ação do Governo.

Jungmann relembrou o ano de 2013, quando a ex-presidente Dilma Rousseff convocou as Forças Armadas para conter protestos: “houve mesmo ato que a oposição agora critica. Cabe cobrar a oposição que tenha um pouco mais de lógica”.

O ministro defendeu a legalidade do decreto e não poupou críticas aos oposicionistas: “é a mesma oposição que aplaude quando há desordem nos Estados, quando há greve de polícias. O que fizemos é constitucional, é legal, foi feito no Rio de Janeiro, Nas Olimpíadas, no Espírito Santo, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte. É sempre utilizado quando há perda de controle das forças locais”.

A solicitação por reforço na segurança foi primeiramente feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para acionar a Força Nacional de Segurança. Mais tarde, o Governo decretou as Forças Armadas. Questionado sobre a falta de iniciativa do Palácio do Planalto, o ministro justificou a falta de agentes e a demora para colocar as Forças Armadas nas ruas.

“É verdade que o presidente da Câmara solicitou a Força Nacional, mas os efetivos em Brasília são de 100 a 150 homens, inteiramente insuficiente para restaurar a lei e a ordem. Quando se recebeu a solicitação, sabendo-se que não tinha efetivo, restava o uso das Forças Armadas. Com relação ao timing, estávamos discutindo a questão de que o emprego da força demora para colocar homens em ação”, afirmou.

Jungmann ressaltou ainda que a ordem às Forças Armadas era de ter uma posição mais defensiva que ofensiva e não reprimir manifestantes, já que isso continuou nas mãos da Polícia Militar.

Sobre o tempo que a Garantia da Lei e da Ordem continuará em Brasília, o ministro crê que não seja necessário exaurir todo o tempo do decreto, que vai até o dia 31 de maio. “Recuperada a tranquilidade e não existindo informações de novos atos, o presidente suspende a GLO”.

Prédios públicos foram depredados, além de diversos danos nos arredores da Esplanada dos Ministérios. Ao ser questionado se o contribuinte é quem vai arcar com o ônus da destruição, o ministro defendeu que os responsáveis pelos danos sejam punidos.

“Algo que não se pode deixar de fazer é responsabilizar penalmente quem cometeu os atos de barbárie e desrespeito a imóveis próprios públicos. É inaceitável que não se puna no âmbito penal e cível. Não faz parte da manifestação cívica, democrática e ordeira. Eles devem e serão punidos e responsabilizados”, garantiu.

Os protestos desta quarta, contra o Governo, devem-se à crise vivida no País. Raul Jungmann foi categórico ao afirmar o que é necessário para o Governo se sustentar: “grande saída é governar, governar e governar. O resto vem com o tempo”.

Confira a entrevista completa:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.