Juros do cartão de crédito poderiam ter sido maiores sem intervenção
O juro do cheque especial fechou 2015 no maior patamar em quase 21 anos, com taxa média de 287% ao ano. No cartão de crédito rotativo, a taxa passa de 430% ao ano, segundo dados do Banco Central divulgados na quarta-feira (27/01). Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento no ano passado, de 86 pontos percentuais.
O vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, explica por que a situação não foi ainda pior no ano passado: “Os bancos muito preocupados com a inadimplência puseram o pé no freio e passaram a ser mais seletivos. A coisa só não foi pior porque os bancos públicos, nesse período, aumentaram o crédito em quase 11% contra uma redução do crédito na inciativa privada”. Para tentar garantir desempenho melhor da economia, o governo pensa em liberar mais recursos através de bancos públicos e fundo de garantia.
Em entrevista a Denise Campos de Toledo, o economista João Morais diz que haverá pouca disposição para o consumo ou investimentos em 2016: “Não se espera muitos efeitos no curto prazo, dado esse nível de confiança muito reduzido, a inadimplência e o desemprego que devem continuar subindo”.
A recomendação dos economistas é que os clientes bancários paguem toda a sua fatura do cartão de crédito no vencimento, não deixando saldo devedor. E que evitem também usar o cheque especial o máximo possível, mesmo a linha sendo de fácil acesso, com crédito pré-aprovado.
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