“Lama está mais diluída, mas não deixa de ser preocupante” diz prefeito de Colatina
A lama proveniente do rompimento da barragem em Mariana segue o seu curso até a foz. Muitas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santos foram atingidas pelos rejeitos mas algumas já estão conseguindo agir para tentar minimizar os danos.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o prefeito Leonardo Deptulski comenta as ações para evitar os impactos em sua cidade, Colatina, no Espírito Santo: “A situação de risco não tem perspectiva de passar no curto prazo. Tivemos que nos preparar, com plano emergencial, para abastecer a cidade sem a captação do Rio Doce. Quando tivemos a notícia da entrada da água na Represa Mascarenhas, suspendemos a captação para não usar uma água que tínhamos dúvida”.
Com a dificuldade de prever os impactos dos rejeitos que foram lançados no rio e a sua relação com a saúde humana, o prefeito Deptulski elaborou um plano com duas lagoas da cidade: “Temos um plano de emergência com mais de 50 carros-pipa que vão funcionar 24 horas. Utilizamos duas lagoas como fonte. Tratamos a água e distribuímos. É uma água tratada e com qualidade, mas representa 30 ou 40% do volume que captamos do Rio Doce”.
O prefeito afirma que a densidade da lama já diminuiu, mas que ainda é preocupante e reforça a necessidade de um estudo sobre suas características: “É preocupante porque ela ainda tem um volume muito grande que está no leito do rio. Ela está chegando mais diluída, muito mais do que em Governador Valadares e Aimorés. As barragens do Espírito Santo tiveram um papel importante para diminuir a concentração da lama na água”.
A prefeitura já começou a coletar amostras da água para análise. Com o início do período de chuvas, a possibilidade da lama que está contida em partes mais altas do rio descer para a foz aumenta. O prefeito defende um plano de ação junto com o governo federal: “Precisamos fazer uma vistoria em todas as barragens de rejeito para ver a segurança. O governo estadual e federal tem que trabalhar juntos. Em longo prazo, queremos um fundo da Samarco para recuperação da região e da bacia como um todo”.
Entre as medidas de revitalização que o prefeito propõe está o plantio de uma nova cobertura florestal e controle do uso da água.
Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.