Lewandowski discutirá prazos do processo de impeachment em comissão
O presidente do Supremo Tribunal Federal marca presença nesta quinta-feira (04) na Comissão Especial de Impeachment do Senado. O ministro Ricardo Lewandowski irá discutir com líderes partidários os prazos do processo contra Dilma Rousseff.
A sessão desta quarta-feira (03) durou cerca de cinco horas e foi marcada por bate-bocas e discussões acaloradas entre os senadores. Após a fala de Lindbergh Farias, do PT, foi a vez de Magno Malta, do Partido Progressista, que ironizou os petistas e precisou da ajuda de Raimundo Lira. “É o mesmo Renan que se reuniu com Dilma e Dilma disse que falou pra ele que não aguenta mais esse processo”, disse ao ser interrompido por senadores dizendo que era “mentira”.
Ao todo, 19 senadores falaram na sessão desta quarta-feira, na Comissão do Impeachment. Também se manifestaram o advogado de acusação João Correia Serra e o de defesa, José Eduardo Cardozo.
O ex-ministro da Justiça de Dilma criticou o relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG). Cardozo entendeu o relatório como “autoritário” por criminalizar quem pensa diferente em relação à gestão orçamentária.
“Conseguiria o senador Anastasia se libertar da paixão partidária e olhar os autos, olhar as provas? Com todas as vênias, o nobre relator, com toda a sua genialidade, não conseguiu isto. Conseguiu defender com o brilhantismo de praxe, a tese do seu partido”, disse.
O relator do processo disse que, como a última palavra tem que ser da defesa, ele não pode responder às críticas do advogado.
Antonio Anastasia citou novamente que o desrespeito à norma orçamentária é de fato um crime de responsabilidade: “a palavra crime é forte. Isso não há dúvida. Crime de responsabilidade não é crime comum. Ninguém discute que a senhora presidente não está sendo acusada em relação a sua honestidade, probidade. Estamos tratando de infrações político-constitucionais de responsabilidade no exercício da função”.
A Comissão Especial do Impeachment volta a se reunir na manhã desta quinta para votar o relatório de Antonio Anastasia. Segundo o presidente Raimundo Lira, os líderes, por ordem de inscrição, terão a palavra por até cinco minutos.
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