Líder do DEM da Câmara diz que CPI do metrô de SP é “CPI da vingança”
O líder do DEM na Câmara, o deputado Mendonça Filho (Dem – PE), falou em entrevista exclusiva à Jovem Pan sobre a CPI da Petrobras e a CPI que investigará o metrô de São Paulo. O Congresso Nacional se reuniu na quarta à noite para definir os nomes que comporão a CPI mista da Petrobras, e, ne mesma noite, o PT conseguiu protocolar uma CPI para rivalizar com a oposição, uma Comissão que investigará cartéis no metrô de São Paulo.
Mendonça critica a manobra do Governo. “A reação da bancada do Governo é a reação da chamada CPI da vingança, querendo instalar uma CPI envolvendo, mencionando, focando o metrõ de são paulo”, diz. “Cartéis, se existem no Brasil, têm que ser investigados no seu lado completo; Porto Alegre tem metrô e acusações e suspeitas muito graves envolvendo o processo de compra”, afirma o líder do Democratas.
“À medida que há uma reação do governo patrocinando uma CPI para investigar São Paulo, ela vira uma CPI da vindita, da vingança, e isso não é um elemento democrático, e sim a força de quem está no poder de impedir a oposição de apurar as irregularidades envolvendo a Petrobras”, argumenta Mendonça.
Sobre a CPI mista da Petrobras, que envolverá, Mendonça assume que o governo terá a maioria – “o desequilibrio das forças políticas no parlamento brasileiro é muito grande”, diz – , mas afirma que “vai contar com a força da mídia, da imprensa como um todo, que pressiona bastante para que a questão da CPI possa andar e possa aprofundar a busca de informações, a investigação”.
Além disso, o deputado lembra que “o PMDB tem uma posição que não é totalmente governista”. “A gente pode contar com dissidências e fatos que sejam revelados (…) que sejam tão fortes, que o bloqueio governista não tenha condições de impedir o avanço do processo de investigações”, espera Mendonça, que ainda revela quais vão ser seus próximos passos pela CPI.
“Uma das primeiras providências que eu devo sugerir, como líder, é a requisição de todo o processo envolvendo na Justiça Federal a operação que redundou na prisão do Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras na (operação) Lava-jato; certamente só o inquérito tem tanta informação, que vai gerar uma dinâmica própria no processo de avanço da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérita).
Mendonça Filho tenta enfatizar a importância do caso Petrobras. “Ao longo da história da Petrobras e da República brasileira, a gente talvez não tenha visto algo tão relevante e significativo em termos de irregularidade e denúncias de corrupção”, opina o deputado, lembrando o caso Pasadena, que custou mais de R$1 bilhão aos cofres públicos, e da empresa holandesa SBM Offshore, que acusada de ter pago mais de US$130 milhões dólares em propina a agentes públicos da companhia mista brasileira.
“Há tanta informação que precisa de apuração e investigação, que a Polícia Federal, o Tribunal de Contas é pouco para apurar”, diz Mendonça Filho. Ouça a entrevista completa no áudio acima.
A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo bancário nessas transações financeiras que envolvem contratos milionários da construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Ela também exigiu a quebra do sigilo bancário que envolve as transações feitas por Paulo Roberto Costa, que envolve a Operação Lava Jato.
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