Liderança do Passe Livre acoberta black blocs, diz secretário de Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2016 09h09
São Paulo - A manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público coletivo de São Paulo foi dispersada pela Polícia Militar (PM) mesmo antes de começar a se deslocar em passeata (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa / Agência Brasil Manifestação na Av. Paulista 12/01

 Um dia após o conflito entre a Polícia Militar e manifestantes na Avenida Paulista, o secretário de segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, em entrevista exclusiva à Jovem Pan afirma que as lideranças do Movimento Passe Livre acobertam a ação de black blocs: “As lideranças do MPL acobertam black blocs porque entendem de forma errada que somente com a baderna vão ter espaço”.

O secretário afirmou que a partir de agora, todas as manifestações do MPL serão tratadas da mesma maneira. Ele defende que a manifestação é um direito previsto na Constituição, mas afirma que o percurso deve ser informado às autoridades antes: “Se o intuito do MPL é se manifestar, que é um direito, por que não protestou ontem (12/01) na (Rua da) Consolação, na (Avenida) São Luís? Não podemos confundir democracia com anarquia. Um grupo de manifestantes não pode decidir a rua que quer ir e atrapalhar milhões de pessoas”.

Ao ser questionado se existem investigações pelos casos de vandalismo e se pessoas já foram condenadas, Moraes afirma que em muitos dos casos, a justiça libera os acusados e a constituição não prevê uma forma correta de lidar com a situação: “Infelizmente não temos uma legislação específica em relação a isso. Na manifestação de ontem apreendemos duas bombas, uma com potencial destrutivo, que tinha pregos de 10 cm dentro. Se explodir, os pregos vão machucar todos os manifestantes. Em qualquer lugar do mundo seria ato de terrorismo, mas no Brasil não temos na constituição a resposta para esses atos criminosos”. Moraes afirma que apenas quando os criminosos portam entorpecentes ou artefatos eles conseguem efetuar a prisão.

O secretário se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça, Paulo Dimas, para demonstrar a necessidade de um enquadramento dos vândalos como organização criminosa, uma vez que vandalizam patrimônio privado e desrespeitam o direito de ir e vir de 10 milhões de paulistanos.

Alexandre de Moraes critica a cobertura da imprensa e afirma que desde o começo de sua gestão tem duas equipes para filmar as manifestações do começo ao fim: “O problema é que ocorreu uma glamourização do vandalismo. (…) Antes de iniciar a manifestação, com a Consolação interditada, eles já começaram a passar vinagre no rosto, a colocar máscaras, pegar escudos e avançar contra a Polícia. Usamos bomba de gás para evitar o contato físico e a geração de mais violência”.

Para as manifestações previstas para quinta-feira (14/01), em Pinheiros e no Centro, Alexandre de Moraes afirma que, caso o trajeto não seja avisado previamente a Polícia irá estabelecer o caminho de forma que as duas manifestações não se encontrem.

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