Líderes do PSDB reafirmam que Cunha não tem mais condição de ocupar a presidência da Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2015 07h19
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha fala sobre a pauta de votação da casa (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias / Agência Brasil Eduardo Cunha

 Líderes do PSDB reafirmam em São Paulo que Eduardo Cunha não tem mais condição de ocupar a presidência da Câmara. Os principais nomes tucanos se reuniram na segunda-feira (23/11) em evento do próprio partido para discutir mudanças climáticas. Em 11 de novembro, a agremiação divulgou nota recomendando o afastamento do parlamentar do PMDB enquanto durarem as investigações.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, reiterou a posição dos parlamentares: “O presidente da Câmara não tem mais condições de conduzir a Câmara dos deputados. A palavra do PSDB desde lá de trás foi muito clara. O instrumento, se será uma ação junto a Procuradoria Geral do Estado, se será a obstrução nas votações, isso as nossas lideranças na Câmara estão discutindo com os partidos aliados”.

Fernando Henrique Cardoso seguiu a mesma linha, afirmando que o presidente da Câmara não tem mais condições morais e nem políticas de se manter. O ex-presidente da República diz que falta visão de Brasil a Eduardo Cunha e que ele deveria renunciar: “A minha posição é clara, o presidente da Câmara não tem mais condições morais nem políticas de continuar exercendo o cargo. Se ele tivesse um pouco mais de visão de Brasil, ele renunciaria. Não tendo, vai ter que ser renunciado”.

E também em evento em São Paulo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal denuncia um déficit político na questão de Eduardo Cunha. O ministro Gilmar Mendes, em entrevista a Daniel Lian, recomenda o encaminhamento do problema pelos deputados, antes do julgamento do STF: “Essa é uma questão que terá que ser analisada. Eu vi a publicação com o argumento de que, se o presidente da república tiver a renúncia recebida, ele terá que ser imediatamente afastado. Certamente o recebimento da renúncia faz com que ele se convole em réu, em uma ação recebida formalmente pelo STF, o que gera uma situação jurídica a política diferente. Não há decisão. Não há precedente à proposta do tema. Isso deverá ser devidamente discutido. Não tenho uma avaliação própria ainda, mas insisto que, talvez seja preciso que haja uma solução antes mesmo dessa decisão, ou independentemente dela. Um encaminhamento político, dessa temática, no âmbito dos partidos, no âmbito do próprio estamento político”.

O parecer pedindo a continuidade das investigações contra Eduardo Cunha deve ser lido nesta terça-feira (24/11) no Conselho de Ética da Câmara.

A sessão estava inicialmente marcada para quinta-feira (19/11), mas foi anulada depois de uma manobra regimental do presidente da casa.

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