Líderes no Senado demonstram perplexidade com pedidos de prisão
Antes da decisão do STF sobre a prisão dos caciques do PMDB, Eduardo Cunha, Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney, os líderes dos partidos no Senado ficaram perplexos. O dia teve mais reações de inconformismo e constrangimento do que de tensão política
O presidente do PSDB, Aécio Neves, disse que não há como interromper investigações assim, e ressaltou que o procurador-geral da República vai ter que apresentar mais provas do que as que foram divulgadas até agora para a decisão extrema de prender o presidente do Congresso: “Olha, foi uma surpresa, eu reconheço, e estamos recebendo com absoluta cautela. Algo com essa gravidade tem que vir acompanhado de um razoável conjunto de informações que justifiquem. Não tivemos ainda acesso a essas informações”.
Já o líder do PT, Humberto Costa afirma que somente informações sigilosas, que não são conhecidas até agora, é que podem justificar o pedido de prisão: “Me parece que é um momento muito grave. É uma medida extrema, nossa expectativa é conhecer o teor completo desse pedido de prisão, porque certamente há outros aspectos que não são de domínio público e que certamente devem ter embasado essa tomada de posição”.
Pauderney Avelino, líder do DEM, diz que a imagem do Congresso já foi atingida e agora resta cobrar critérios: “Mesmo se a prisão não sair, o estrago já está feito. Eu entendo que o procurador deveria também usar a mesma regra para o pedido de outros agentes públicos.”
Os líderes apostaram na cautela, mas não interromperam o funcionamento do plenário. O senador Romero Jucá se explicou e disse que não sabe exatamente do que está sendo acusado para o pedido de prisão. Renan Calheiros também disse que a instituição foi atingida e não pode responder à altura.
Informações do correspondente da Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade.
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