Novo comandante da PM quer monitorar crimes “em tempo real”

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2018 12h45 - Atualizado em 27/04/2018 12h47
Divulgação/SSP Marcelo Vieira Salles (à dir.), junto do secretário Mágino Alves (à esq.) e o ex-governador Geraldo Alckmin (c.); "Ouvindo a população, a gente erra menos", disse Salles, que assumiu o comando da PM

O novo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), Marcelo Vieira Salles, falou nesta sexta-feira (27) à Jovem Pan em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, oficializado no Diário Oficial de quinta (26).

Salles defendeu o enfoque no trabalho de prevenção da polícia, prometeu ouvir a população e disse, sobre a Cracolândia, que não existem “fórmulas mágicas” nem soluções a curto prazo.

“A ênfase é a prevenção”, disse Salles, destacando a “dignidade constitucional do trabalho da Polícia Militar na prevenção, na polícia ostensiva”.

O novo comandante destacou o mapeamento dos crimes por meio do Copom online e do Infocrime para “acompanhar a dinâmica dos acontecimentos em tempo real” e, assim, “que o capitão da companhia consiga distribuir o policiamento de acordo com essa demanda”.

Para a eficiência do sistema, Salles faz um pedido à população: que notifique os furtos e os roubos para a composição de uma “série de dados” que orientam o planejamento policial.

“O planejamento do policiamento no domingo é de um jeito. Na segunda-feira de manhã, é de outro jeito. À noite, é de outro jeito”, exemplificou.

Cracolândia

Sobre a violência na cracolândia paulistana, o novo comandante da PM disse que este “é um problema complexo”. “Não acredite em formulas mágicas”, disse.

Segundo Salles, hoje há 122 policiais militares atuando naquele trecho da região central de São Paulo, onde o tráfico de crack ocorre a céu aberto, apoiados pela Guarda Civil Metropolitana.

“É um problema de saúde pública e é também de segurança”, disse Salles, destacando o trabalho do Cratod na Rua Helvétia. “A polícia militar é protagonista nesse trabalho”, reconheceu o comandante, destacando a internação compulsória de adictos.

“Não tem solução a médio e curto prazo, mas vamos envidar todos os esforços principalmente tentando, de todas as formas, com o apoio da polícia civil, para evitar o tráfico lá dentro com bom policiamento, com abordagens policiais, mas sempre respeitando a dignidade da pessoa humana, que é o pilar da Polícia Militar”, disse Salles.

“Ouvindo a população, a gente erra menos”, concluiu.

Perfil

Nomeado pelo governador Márcio França, Márcio Vieira Salles assume o comando da PM no lugar de Nivaldo Restivo, no cargo desde março de 2017.

Salles é considerado de perfil negociador e bem quisto pela tropa. Já comandou a cavalaria da PM e atuou na Casa Militar no Palácio dos Bandeirantes, na última gestão Geraldo Alckmin (PSDB), de quem França era vice.

Segundo fontes da PM, Salles e Restivo são amigos de longa data e a transição no comando da corporação não deve implicar mudanças na ação da PM em São Paulo com o novo governo. De acordo com os relatos, ambos são de confiança do secretário de Segurança, Mágino Alves, que deve ser mantido no cargo por França.

Ouça a entrevista completa ao programa Ligado na Cidade:

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