Lula queria serviçais, mas instituições são mais fortes, aponta Gilmar Mendes

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2016 10h05
Carlos Humberto / SCO /STF Gilmar Mendes

 O Ministro do STF Gilmar Mendes analisou as gravações dos telefonemas de Lula, divulgadas ontem. Segundo ele, chama a atenção as pessoas citadas pelo ex-presidente, como por exemplo, o ministro da Justiça, dizendo que ele já trabalhava pelo governo, apesar de pertencer a um cargo público: “ele (Lula) imagina que tinha serviçais, mais isso não se deu. As instituições são mais fortes”, afirmou em entrevista à Jovem Pan.

Ao ser questionado se Dilma Rousseff obstruiu a Justiça ao oferecer o ministério da Casa Civil para Lula, o ministro responde: “É notório, eu falei no plenário do STF hoje (17), trata-se de manobra para obstruir a justiça e corromper as instituições”.

O ministro ainda explica que apesar da vontade do governo de precarizar o Supremo Tribunal Federal, a instituição se mantém independente: “O tribunal está funcionando adequadamente. Diante da eleição de Dilma, eu falei que tinha o risco da bolivarização do tribunal, e ela aparentemente tinha esse projeto. (…) O que se queria era tornar o tribunal um departamento do executivo”.

Por fim, ele critica o rito de impeachment estabelecido pelo STF, fala que as gravações de Lula são reveladoras e comenta sua semelhança com conversas de criminosos. Mendes espera um trabalho eficiente da Procuradoria, da Câmara, do Senado e da própria Corte. “As instituições precisam responder de maneira altiva a isso. É revelador o modus operandi (do PT) em relação às instituições e os riscos que corremos com a extensão temporal do poder desse grupamento. (…) O que se percebe ali, inclusive na conversa ligada a entrega do termo de posse, para usar em uma situação especial, nos coloca no nível de uma república das bananas”.

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