Luta de Renan contra Cunha interessa a Dilma e ao PT

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2015 11h35
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BRASÍLIA, DF - 01.02.2015: POSSE-SENADO - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante cerimônia de posse dos novos senadores, plenário do Senado Federal, neste domingo. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) Pedro Ladeira/Folhapress Renan Calheiros reeleito presidente do Senado

Reinaldo, quer dizer que Renan Calheiros resolveu mesmo atrasar a tramitação da lei das terceirizações? O que se passa com ele?

Resolveu sim. O presidente do Senado, Renan Calheiros, despachou o projeto para a análise de quatro comissões do Senado, o que vai retardar a votação do texto no plenário do plenário. O projeto vai tramitar pelas Comissões de Constituição e Justiça, Assuntos Econômicos, Direitos Humanos e Assuntos Sociais. Somente depois de analisado, e votado, em cada um desses colegiados, o texto seguirá para análise do plenário. Ele cumpre assim a ameaça que havia feito. O que se passa, afinal, com este senhor?

Vamos ver. Poucas coisas são tão perigosas como inveja de homem. Como os garotos não são treinados para reconhecer o outro é melhor, mais hábil, mais talentoso, mais bonito, mais inteligente, mais dedicado… Escolham aí, a percepção da realidade pode levar aquele que se sabe inferior nesses quesitos, não é uma questão moral, a reações destrambelhadas de recentimento. Sentir inveja de outra, pode deixar uma mulher mais bonita, por exemplo. É a concorrência inteligente. A inveja, no entanto, sempre torna o homem mais burro e o faz dar um tiro no próprio pé tentando atingir o outro. É a minha hipótese virtuosa para a guerra que Renan Calheiros, presidente do Senado, deflagrou contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara. Os dois do mesmo partido.

Muita gente hoje está interessada em pegar Cunha. Com alguma frequência, e me refiro a ele como Presidente da Casa, é pelos maus e não pelos bons motivos. Desde que assumiu o posto, digam-me uma só decisão sua que não tenha contribuído para a independência do Legislativo. Do ponto de vista institucional, é o que me interessa. As divergências e rinhas ideológicas fazem parte da democracia. Por um poder da República de joelhos diante do Executivo é que não faz.

Muito bem. A menos que exista mão estranha balançando o berço de Renan, e investigo esta possibilidade, só inveja explica sua sanha recente que o leva mesmo a falar como se fosse, sei lá, presidente da CUT ou algum grande líder da esquerda brasileira. A conversão súbita do homem a procurador dos supostos interesses da classe trabalhadora é, com a devida vênia, suspeita. A sua luta contra a regulamentação da terceirização, já aprovada na Câmara, tem um óbvio componente pessoal disfarçado de causa social.

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