Maduro ignora Parlamento e discursa a juízes para anunciar medidas econômicas
O presidente venezuelano fez o discurso sobre o Estado da União no último domingo (15) aos juízes do Tribunal Supremo de Justiça, e não à Assembleia Nacional, como determina a Constituição. Isso porque Nicolás Maduro acredita que o Parlamento, que tem maioria de opositores, atua de maneira contrária aos interesses do país.
Ele afirma que “haverá justiça contra tanto desacato e conspiração”. “Não baixemos a guarda, porque se a direita está tendo desrespeito e desprezo é porque tem um plano para atacar o povo. Mas não contam com a nossa astúcia, e não contam com o plano que nós temos para acabar com as suas intenções de afetar nosso povo novamente”, disse Maduro.
O presidente venezuelano afirmou que ao longo dos últimos anos, especialmente em 2016, houve uma “orquestração de interesses” para “quebrar” a revolução bolivariana comandada por ele.
Neste domingo ele anunciou um novo decreto de emergência econômica para superar a crise vivida pelo país. Esta é a primeira lei do tipo em 2017, mas é a sexta extensão do documento desde que a situação foi anunciada.
Com o documento é possível dispensar licitações e trâmites cambiais para facilitar a importação e comercialização bens no geral.
Na questão econômica, Maduro prorrogou pela terceira vez a vigência das cédulas de cem bolívares.
O executivo considera a medida necessária após confrontos provocados pela decisão de retirar as notas de circulação no ano passado, antes das festas de final de ano. Ele disse que decidiu estender por mais um mês, até o dia 20 de fevereiro, a circulação da nota de cem.
De acordo com o FMI, a Venezuela teve a inflação mais alta do mundo em 2016, batendo os 475%.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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