Mãe de menino morto pela PM volta a dizer que filho não sabia manusear armas

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2016 11h06
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Reprodução/TV Globo Menino sobrevivente

 Em depoimento, a mãe de menino morto pela PM no Morumbi, na zona Sul de São Paulo, volta a dizer que ele não sabia manusear armas de fogo. Nesta terça-feira (07), foi a primeira vez que Cintia Ferreira Francelino foi ouvida pela Polícia Civil após a morte do filho, na semana passada.

O garoto Ítalo, de 10 anos, morreu após ter furtado um veículo e ser atingido por policiais que estavam de moto. Em novo depoimento à Corregedoria da Polícia Militar, o amigo do menino, de 11 anos, que também estava no carro, disse que eles não estavam armados.

O Conselho de Defesa dos Direitos Humanos e a Ouvidoria das Polícias querem que ele preste novos esclarecimentos aos investigadores. Depois de duas horas de depoimento, a mãe de Ítalo reafirmou que a criança não atirou em ninguém: “Agora vai vir a verdade. A polícia vai pagar pelo que eles fizeram. Meu filho não fez nada, não tinha nem arma”. Além de Cíntia Ferreira Francelino, um tio do garoto também prestou depoimento no DHPP nesta terça-feira.

O integrante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, diz que o menino mudou a versão por se sentir menos pressionado: “É possível que agora, como ele foi ouvido por uma psicóloga, por uma pessoa que conseguiu ganhar a confiança dele e teve uma atuação mais lúdica, em uma espécie de depoimento sem dano, ele pode ter tido mais condições de dizer a verdade”.

O menino de 11 anos poderá ser encaminhado a um programa de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte. O ouvidor das Polícias, Júlio César Fernandes Neves, afirmou ao repórter Anderson Costa que a reconstituição é primordial para a solução do caso: “Que haja uma perícia rigorosa, com muita minúcia, e que fique esclarecida essa tragédia que foi a morte de um menino de 10 anos”.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informa que todas as versões apresentadas estão sendo analisadas por inquéritos das policias militar e civil. A pasta diz que a investigação está sendo feita pelo DHPP, por se tratar de morte durante intervenção policial e que os PMs estão afastados das ruas.

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