Manifestante arrisca casamento para permanecer acampado na Av. Paulista

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2016 11h04
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Quem vai pagar o pato?

J. DURAN MACHFEE/Folhapress/Estadão Conteúdo Quem vai pagar o pato? - manifestação - fiesp

A ansiedade dos manifestantes acampados na calçada da Avenida Paulista ao lado da Fiesp há quase um mês é tanta, que a maioria já não consegue dormir.

Contando os dias para decisão sobre o impeachment da presidente Dilma, cerca de 60 manifestantes passam a madrugada confeccionando cartazes e promovendo debates sobre a democracia em sua perspectiva. Há um esquema de revezamento e pessoas que vão para casa descansar e depois voltam para integrar o movimento.

Se o protesto continuar após domingo (que é a intenção dos acampantes), o motorboy Rodrigo Yassuo vai ter que lidar com um grande dilema em casa. Ele está disposto a arriscar o casamento para seguir seus ideais.

“Estou com ela há 16 anos, mas por causa do meu idealismo de lutar, procurar uma melhoria para nosso governo, ela não entende o que é isso”, lamenta Rodrigo. “Tanto que eu me dedico muito ao acampamento e estou deixando um pouco a minha família”, confessa. “Mas faltam poucos dias (risos)”.

Telões serão instalados ao longo da Paulista para a transmissão ao vivo da votação do impeachment na Câmara a partir das 14h de domingo. Mas qualquer que seja o resultado, o acampamento deve seguir montado, garantem seus integrantes.

Além de geladeira, mesa e cadeira, o grupo conta com 20 barracas.

Debates

Grande parte dos debates promovidos no local, inclusive com pessoas que discordam do grupo, são produtivos, segundo o empresário André Colonheze, que se mudou para a calçada da Fiesp no último dia 16, data da primeira manifestação espontânea contra o governo.

“Durante a noite passam por aqui alguns estudantes ou pessoas militantes do PT para promovermos debates. Se as pessoas vêm bem intencionadas, os debates são muito bacanas, discutimos posicionamentos”, diz Colonheze.

André é empresário no ramo de confecção na China. Ao contrário de outros acampantes, ele pretende voltar ao país asiático na segunda-feira (18). “Eu tenho que retornar para a China em breve, mas assim que eu retornar para o Brasil eu vou me juntar novamente, com certeza”, dispõe-se.

Pró-Dilma

Esse é o mesmo tamanho da manifestação pró-governo no Largo da batata. Apesar da concentração na zona oeste, não há um pedido formal para atos no local durante o domingo.

A Polícia Militar trabalha com outros dois pontos contra o impeachment: Praça da Sé e Vale do Anhangabau.

Na Avenida Paulista já estavam programados atos contra o governo.

Com reportagem e foto do texto de Carolina Ercolin

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