Marta Suplicy diz que impeachment não é golpe e garante voto favorável no Senado

  • Por Jovem Pan
  • 22/01/2016 10h38
Rafael Souto / Jovem Pan Marta Suplicy no Jornal da Manhã 2

Filiada desde setembro de 2015 ao PMDB, Marta Suplicy, que pretende o cargo de prefeita de São Paulo, é senadora federal e afirma que, se o processo de impeachment chegar ao Senado, seu voto será favorável: “a Câmara tem que votar e vai se pronunciar. Indo para o Senado meu voto será favorável”.

Para Marta Suplicy, agora que os ritos do impeachment foram regulamentados pelo STF, a abertura do processo é legítima e existem motivos para a presidente Dilma Rousseff sair: “o governo é um desastre no sentido da economia esfarelando, mas existem motivos concretos, além do que foi apontado pelo TCU, ela fez um decreto de mudança no orçamento, e usou o recurso sem passar pelo Congresso. Isso é crime. Juridicamente você já tem um impeachment aí”, explica a senadora.

Porém, para Marta, além do problema em si, também é preciso uma condição favorável para que o impeachment aconteça. “Impeachment faz parte da política. Tem que ter uma aquecimento para isso, algo que já tem de certa forma: 80% da população não acredita mais nela.” 

Marta ainda diz que, quando ainda estava no PT tentou o “Volta Lula” porque sabia que o governo de Dilma Rousseff seria um “desastre”.

Sobre a ruptura com o PT após passar 33 anos no partido, Marta afirma que não tinha conhecimento dos esquemas de corrupção e diz ter sido traída: “(Na época) não falei nada do Mensalão porque fiquei pasma. Quando caiu a ficha eu percebi que eles fizeram tudo errado e sai mesmo quando vi a dimensão sistêmica, a ida do recurso público na veia de um partido para se manter no poder. Quando percebi que tinha envolvimento sério e partidário, que meu partido tinha me traído, que não tinha mais o motivo pelo qual eu tinha entrado, eu sai”.

Sobre a escolha do PMDB, um partido com nomes como Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Michel Temer, e outros candidatos que podem ser alvos de investigação, Marta afirma ter sido um escolha acertada: “Acho que não tem partido sem pessoas investigadas. Quando você escolhe um partido tem que ter capilaridade, em favor do seu estado. No congresso onde eu poso atuar é o PMDB, que tem gente de vanguarda e tem conservadores. Fui bem recebida e estou satisfeita em ser pré-candidata. ‘Não vou tomar cafezinho com você porque você está sendo investigado’, na política não é assim”.

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