Maternidade em SP é investigada por procedimentos irregulares durante o parto

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2016 08h26
Reprodução/Capesesp Gravidez

Uma maternidade de São Paulo é investigada por submeter mulheres grávidas a procedimentos irregulares, durante os partos.

O Ministério Público Federal cobrou explicações sobre casos de violência obstétrica, registrados no Hospital Sacre Coeur, na região central de São Paulo.

Pelo menos três mulheres já relataram à promotoria que médicos e enfermeiros da unidade adotaram o procedimento conhecido como “manobra de Kristeller”.

A técnica consiste em empurrar a barriga da mulher para forçar a saída do bebê. O método pode provocar danos tanto à mãe como à criança e é condenado por entidades médicas nacionais e internacionais.

A operadora de caixa Lucielma Cardoso Teixeira foi uma das vítimas. Ela entrou em trabalho de parto no último dia 14 de junho e foi levada ao hospital. A cirurgia foi dolorosa.

Os médicos que atenderam Lucielma usaram a “manobra de Kristeller” durante o parto e a filha dela nasceu com o braço quebrado. Segundo Lucielma, logo após a cirurgia, a filha foi levada e a família só ficou sabendo, mais tarde, que a criança havia quebrado o braço durante o parto.

Foi aí que ela descobriu que o procedimento usado pela equipe médica era irregular.

A procuradora do Ministério Público Federal, autora dos pedidos feitos ao SacreCour, explicOU que ainda é difícil para as vítimas compreenderem que sofreram a violência obstétrica.

Segundo Ana Carolina Previtalli, em muitos casos, as mulheres não sabem que o procedimento usado pelos médicos é irregular e só acabam denunciando os abusos, quando algo mais grave acontece.

A procuradora solicitou que o hospital apure a responsabilidade dos profissionais envolvidos nos partos.

O Ministério Público Federal também pede que a maternidade espalhe cartazes alertando os pacientes, sobre a proibição da manobra de Kristeller.

Em nota, o Hospital Sacre Cour informou que segue um protocolo oficial, que contraindica o procedimento e declarou que o cumprimento destas regras é constantemente monitorado.

*Informações do repórter Vitor Brown

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