Maturidade democrática e crise apoiaram rejeição a novo mandato de Morales

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2016 11h33
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Enzo de Luca / ABI Evo Morales

 Derrota de Evo Morales representa rejeição do povo boliviano à perpetuação no poder e hegemonia política. O presidente da Bolívia, que está há dez anos no poder, buscava alterar a Constituição para se reeleger pela terceira vez e ficar até 2025 no cargo. A popularidade do mandatário, que o levou a seguidas vitórias, não evitou a derrota no pleito.

Para o professor de relações internacionais da PUC Minas, Júlio César Buére, o resultado aponta para uma grande maturidade democrática dos bolivianos: “A população derrotou Evo Morales naquilo que ele implica em alterar a constituição. Acho que população demonstrou certa maturidade democrática”. Buére afirma que a derrota de Morales não pode ser relacionada com a queda de popularidade das esquerdas na América Latina.

Já o professor de relações internacionais da Unesp, Luis Fernando Ayerbe, diz que a popularidade de Evo despencou com a crise das commodities: “Quando começou essa crise dos preços internacionais das commodities, houve um chamado de alerta dentro do governo de Evo Morales sobre uma nova situação que teriam que administrar, com uma perspectiva de crise. Muitos dos programas sociais e das melhorias que foram instituídas corriam risco”.

Evo Morales afirmou durante a campanha que um novo mandato possibilitaria a continuidade das reformas sociais no país. Diante do resultado negativo, o presidente boliviano disse que não vai se desesperar e afirmou que vai respeitar as urnas.

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