May não conseguirá maioria absoluta nas eleições, diz pesquisa
A primeira-ministra do Reino Unido, a conservadora Theresa May, não conseguirá a maioria absoluta nas eleições de 8 de junho, o que dificultará a formação de governo, pois será necessária uma coalizão, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pelo jornal “The Times”.
O levantamento, feito pela firma YouGov, indica que os “tories” (conservadores) perderão 20 cadeiras e os trabalhistas de Jeremy Corbyn ganharão quase 30 na Câmara dos Comuns, uma situação não vislumbrada por May quando convocou as eleições antecipadas com o objetivo de somar mais legisladores e fortalecer sua liderança em relação com o “Brexit”.
No momento da dissolução do parlamento no início deste mês, os conservadores tinham 330 cadeiras em uma câmara de 650, enquanto os trabalhistas tinham 229.
Para alcançar a maioria absoluta, um partido precisa de 326 cadeiras, segundo o sistema britânico de maioria simples em turno único.
O “The Times” indicou que a projeção deste levantamento, feito distrito por distrito, pode trazer um resultado “catastrófico” para May, que acreditava em uma vitória tranquila e que obteria um número superior a 330 cadeiras.
De acordo com a pesquisa do YouGov, os “tories” obterão 310 cadeiras (20 a menos que agora), os trabalhistas 257 (28 a mais que agora), os liberais democratas dez (uma a mais), o Partido Nacionalista Escocês (SNP) 50 (quatro a menos), e o restante ficará com novos partidos.
O Partido Conservador continuará sendo o mais votado, segundo a pesquisa, mas não terá as cadeiras suficientes para governar sozinho, o que criará uma situação na qual novos partidos poderão buscar alianças para formar o novo Executivo britânico.
Isto ocorreu nas eleições de 2010, nas quais os conservadores de David Cameron tiveram que formar uma coalizão com os liberais democratas para formar governo.
Segundo o jornal britânico, o apoio à primeira-ministra começou a cair depois que seu programa eleitoral foi divulgado há duas semanas e não foi bem recebido pelos eleitores. O programa “tory” inclui um plano, considerado o mais polêmico, de obrigar os aposentados a pagar mais por assistência social em uma idade muito avançada.
A pesquisa foi baseada em entrevistas com 50 mil pessoas durante uma semana, o que permitiu consultar diferentes eleitores quanto à idade, à procedência familiar e se estes votaram pelo “Brexit” ou não no referendo realizado há quase um ano.
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