Médicos consideram o salário do serviço público muito baixo e SUS tem carência de profissionais
Serviço público paga salários considerados baixos e, por isso, o SUS tem menos médicos do que o necessário. O Conselho Federal de Medicina pede R$ 11 mil por 20 horas semanais, mas o Governo paga R$ 7 mil por 40 horas semanais. Os 75% da população brasileira que dependem do SUS têm três vezes menos médicos do que aqueles que utilizam planos de saúde.
Para o presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Corrêa Lima, a falta de uma carreira de estado faz o país desperdiçar bilhões de reais: “Precisa de uma carreira de estado para os médicos e profissionais de saúde, que possa trazer perspectivas de progressões, condições de trabalho, que não se desperdice o financiamento do Sistema Único de Saúde. Nos últimos 13 anos perdemos R$ 171 bilhões”.
Pesquisa de entidades médicas de São Paulo mostrou, também, forte concentração geográfica da categoria. Os 39 municípios com mais de 500 mil habitantes concentram 60% desses profissionais contra apenas 7% em cidades de até 50 mil habitantes.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo assinala que essa dificuldade ocorre até na maior e mais rica cidade do País. Respondendo a Hellen Braun, Bráulio Luna Filho comenta as dificuldades para se levar profissionais de medicina para as periferias paulistanas: “Eles evitam trabalhar na periferia da cidade, e evitam em trabalhar nas regiões de difícil acesso da região metropolitana, pelas más condições de trabalho, salário inadequado e pela violência. Muitas vezes os médicos não se sentem seguros para chegar nesses locais”.
Segundo o estudo das entidades médicas de São Paulo, há quase 400 mil médicos no Brasil, ou seja, quase dois médicos para cada mil habitantes. As capitais dos estados têm 23,8% da população brasileira, mas concentram 44,76% dos médicos do país. A média de médicos por mil habitantes é de 4,84 nas capitais e de apenas 1,23 no interior. Enquanto o Sudeste tem 2,75 médicos por mil habitantes, o Norte tem apenas 1,09 para cada grupo de mil pessoas.
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