Médicos de São Carlos fraudavam ponto eletrônico, aponta Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Ponto Final 2, que investiga um grupo de peritos médicos que atuam na agência da Previdência Social em São Carlos, interior paulista.
Segundo a investigação, os 11 médicos que atuavam na cidade não cumpriam a carga horária de trabalho e fraudavam a senha do ponto eletrônico para poder atender em suas clínicas particulares e em hospitais da região no momento em que deveriam fazer as perícias.
O delegado federal Adriano Junqueira, da Polícia Federal de Araraquara, explica que “também tinha médicos que trabalhavam na UBS, na Santa Casa e em algumas clínicas da região”.
O grupo era formado por dois grupos de doutores que se dividiam. Um médico chegava à Previdência e registrava os pontos dos demais. Na saída, a mesma coisa. “Depois os outros médicos chegavam, às vezes trabalhavam uma ou duas horas, depois iam embora. O último que saísse desse grupo fechava o ponto dos demais”, conta o delegado.
Junqueira explica que, muitas vezes, os médicos sequer compareciam à agência para trabalhar, e a prática configura crime.
A investigação durou nove meses e culminou na operação com seis mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva para as secretárias dos médicos. Em uma nova etapa, os próprios profissionais serão chamados a depor.
Os investigados foram temporariamente afastados do serviço público por decisão da Justiça Federal.
No ano passado, a Polícia Federal promoveu a Operação Ponto Final 1, também para investigar fraudes nos registros de pontos de médicos na cidade de Araraquara.
O delegado Adriano Junqueira informa que novas cidades poderão ser alvos da operação para coibir a prática criminosa dos médicos.
Reportagem JP de Fernando Martins
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