Medo do desemprego afeta estoque dos bancos de sangue

  • Por Jovem Pan
  • 01/06/2016 14h37
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SESA Bolsa de Sangue

 O maior banco de sangue da América Latina tem a pior baixa no estoque dos últimos cinco anos e a explicação para o fenômeno pode ser a crise econômica. O doador, de olho no desemprego, evita indisposições no trabalho e assim como as faltas, mesmo que por uma boa causa.

Mesmo sendo um direito do empregado garantido por lei, a médica do Hemocentro de São Paulo, Luciana Sampaio, diz que pacientes evitam até consultas: “É uma preocupação geral. A gente vê isso em outras questões, no consultório, vemos a diminuição do número de pacientes que não querem faltar no trabalho, com medo de uma demissão e pessoas desempregadas, que tem dificuldade em gastar e se locomover até um ponto de doação de sangue. São várias questões inerentes a esse período que a gente está passando”.

A campanha Junho Vermelho, que estimula a doação de sangue também durante o inverno, começa oficialmente nesta quarta-feira (1º) em todo o Brasil, e planeja dar um fôlego aos estoques, que operam de forma crítica não só em São Paulo.

Em maio foram coletadas 9.500 bolsas na Fundação Pró-Sangue, número 25% menor do esperado. O cenário é ainda pior para quem precisa de sorotipos O positivo e negativo, classificados como “estado de emergência”.

Se o estoque zerar, o que pode acontecer nos próximos dias, é que apenas casos urgentes serão atendidos, alerta a hematologista: “A gente acaba suspendendo cirurgias eletivas, retardando protocolos quimioterápicos para deixar reservado esse estoque mínimo, que a gente tem para situações de emergência, onde não tem alternativa”.

No Brasil, os doadores correspondem a apenas 1,9% da população, mas a OMS recomenda que até 5% dos habitantes de um país sejam doadores.

Reportagem: Carolina Ercolin

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