Megaevento anunciado para o Jockey Club causa protestos de moradores

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2015 12h35
SÃO PAULO, SP, 05.04.2014: JOCKEY-CLUB - Hipódromo Cidade Jardim, que pertence ao Jockey Club de São Paulo, foi inaugurado no dia 25 de janeiro de 1941, na zona Oeste da capital paulista. Na foto, pista de corrida dos cavalos (Foto: Alf Ribeio/Folhapress) Folhapress Jockey Club de São Paulo

 O Brahma Valley anunciado para o Jockey Club de São Paulo no final do mês já causa protestos de moradores e urbanistas. Será um festival sertanejo com três palcos simultâneos e horas seguidas de barulho com apresentações até o final da noite.

Nos moldes do Lolapallooza, o Brahma Valley será um festival de bebida alcóolica para cerca de 100 mil jovens em dois dias de evento.

O urbanista Cândido Malta explica que esse tipo de evento é um desvio de finalidade e, portanto, uma ilegalidade: “Sendo o Jockey Club uma entidade que está construída em terreno da prefeitura, e a prefeitura cedeu essa área para um Jockey Club, fugindo dessa finalidade passa a ser ilegal”. Ele alerta para inúmeros prejuízos aos moradores como o som do evento e o aumento da circulação de carros e pessoas.

A porta-voz da Associação Morumbi Melhor, Helena Caldeira, chama a atenção para as ilegalidades do Brahma Valley: “Um megaevento dentro de uma área residencial, é um transtorno, um absurdo em desrespeito à lei do silêncio. Os bairros não suportam esse tipo de demanda. Essa falta de respeito tem que ser revista”.

Diversas pessoas que moram próximas ao Jockey Club de São Paulo estão angustiadas com a realização do Brahma Valley. A gestora de projetos, Débora Maschi, descreve as consequências de eventos realizados sem levar em conta à opinião do cidadão: “É um terror, porque é uma região em que a gente procura ter um pouco de paz. E como tem a Marginal Pinheiros, ecoa em todos os prédios. Ali ainda é um ponto de prostituição”.

No Rio de Janeiro, a cidade do rock comporta público semelhante, mas fica afastada da cidade sem gerar incômodos e ilegalidades. A estudante Clarisse Abdala antecipa a bagunça generalizada de um festival como o Brahma Valley para cem mil pessoas: “Fica meio baderna, acredito que pode atrapalhar bastante”.

O festival sertanejo tem previsão de começar ao meio-dia e vai até às onze e meia da noite, com muito barulho nos shows de quarenta artistas, entre os dias 28 e 29.

Na Prefeitura, a Brahma Valley é tratada como segredo que impede aos contribuintes saber se o evento está ou não autorizado em São Paulo.

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