Meirelles: concessões e privatizações só devem vir “a partir de” economia estável
O ministro da Fazenda Henrique Meirelles defende que “um programa intenso de novas concessões é um acelerador muito importante do crescimento”, mas avalia que isso só deve prosperar “dentro de uma economia estabilizada”.
Meirelles disse que receitas geradas por privarizações foram colocadas como “adicionais” no orçamento apresentado ao Congresso porque “quando foi estipulada a meta de 2017, não haviam sido fechados os cálculos de quanto viria de concessões, recuperação da economia e privatização”. São previstos R$ 22 bilhões em 2016 (R$ 21 bi dos quais já arrecadados) e “pouco mais de R$ 23 bilhões” em 2017, segundo o ministro. “Acredito que (a arrecadação) deve ser muito maior, mas nós colocamos conservadoramente um número similar a este ano”, ponderou Meirelles.
O braço-direito de Temer entende que o foco em concessões e privatizações deve ocorrer “a partir de uma macroeconomia estabilizada”. “A partir daí, sim, por exemplo (haverá) uma aceleração dos projetos de concessão, porque isso vai gerar mais obras, mais contratações de trabalhadores, mais compra de material”, disse.
“Um programa intenso de obras com um programa intenso de novas concessões é um acelerador muito importante do crescimento dentro de uma economia estabilizada e uma macroeconomia que permite o crescimento do Produto (PIB) de forma estabilizada”, disse Meirelles em entrevista exclusiva a Denise Campos de Toledo veiculada no Jornal da Manhã da Jovem Pan desta segunda (12).
“Depois, com isso (economia estabilizada), (vem) o crescimento do crédito e medidas que visem a aumentar a produtividade geral da economia, seja na área de uma simplificação fiscal, em que estamos trabalhando”, prevê também Meirelles, citando a reforma do PIS/Cofins “já em andamento”.
O ministro de Temer aproveitou para criticar o governo anterior, de Dilma Rousseff. “Medidas pontuais de incentivos setoriais aplicadas nos últimos anos fracassaram, tanto que estamos em recessão”, disse.
Dívida
Para Meirelles, o foco da política econômica deve ser o ajuste fiscal no combate ao aumento da dívida pública. “A dívida crescendo menos passa a demandar menos recursos da sociedade”, disse. Assim, haveria “mais recursos disponíveis para ser usado no consumo, crédito e investimento”.
“Quanto mais o governo absorve para pagar suas próprias despesas e rolar a dívida, mais diminui as condições da sociedade investir e crescer”, avalia Henrique Meirelles.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.