Menor produção e poder de compra causaram queda na arrecadação tributária

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2016 13h51

Taxa de juros subiu após alta do dólar

Marcos Santos/USP Dinheiro

 A arrecadação do Governo caiu 6,7% em janeiro, o pior resultado em cinco anos, e a Receita culpa a crise pelos números mais fracos. Porém, as contas públicas tiveram superávit de quase R$ 15 bilhões no período em razão do leilão de hidrelétricas em 2015. Foram R$ 11 bilhões que entraram nos cofres do Tesouro com essa ação que não se repetirá tão cedo no setor de energia.

Claudemir Malaquias, do centro de estudos tributários da Receita Federal, aponta duas causas da diminuição do dinheiro disponível para o Governo gastar: “A redução não só dos salários, mas também da capacidade de consumo das famílias faz com que se potencialize o efeito negativo na arrecadação tributária”.

O professor do Insper Alexandre Chaia concorda com Malaquias e entende que o dinheiro para o Governo vai encurtar cada vez mais. Ele acrescenta que muitos empresários e pessoas físicas tendem a postergar o pagamento de tributos na hora do aperto: “O nível de produção tem caído e é esperada para esse ano uma recessão maior, logo o governo vai ter menos arrecadação de impostos e as pessoas com dificuldade acabam abrindo mão de pagar impostos ou atrasando o pagamento”.

O próprio governo já admitiu um rombo de mais de R$ 60 bilhões, mesmo com os cortes definidos no orçamento deste ano. E os analistas esperam um buraco ainda maior. Já Dilma Rousseff espera uma retração de apenas 2,9%, abaixo da média das projeções do mercado.

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