Mesmo após aprovação, “pílula do câncer” continua sem data para início dos testes
Apesar da aprovação no Congresso do projeto que libera a fosfoetanolamina, o início dos testes em humanos ainda não tem data definida. As experiências com a “pílula do câncer” dependem do método utilizado no laboratório indicado pela USP de São Carlos.
O secretário da Saúde de São Paulo, David Uip, diz que o Estado vem fazendo sua parte, mas não pode responder por prazos fora de sua responsabilidade. Falando à repórter Carolina Ercolin, ele afirma que, sem a substância, os primeiros resultados clínicos não devem sair em outubro, como previsto: “Depende da liberação do produto para o laboratório. Neste momento, o Estado cumpriu toda a sua parte e só aguarda que o laboratório faça a síntese para encapsularmos e iniciar a pesquisa. Espero que seja o mais rápido possível”.
Testes feitos pelo Ministério da Ciência apontam que a droga tem pouco ou nenhum efeito sobre tumores, um fato que foi rebatido pela Universidade de São Paulo. Segundo o diretor do Instituto do Câncer de São Paulo, Paulo Hoff, qualquer medicamento é submetido a rigorosos processos antes de chegar ao paciente: “Há um clamor da população para que haja uma resposta científica se há ou não há efetivamente ação do produto para que se possa tomar uma decisão baseada em fatos científicos”.
O Governo Federal vai investir R$ 10 milhões para as atividades ligadas à pesquisa da fosfoetanolamina nos próximos dois anos. A “pílula do câncer” durante 20 anos foi distribuída de graça e, mesmo sem ter sido testada pelos critérios da Anvisa, muitos pacientes afirmam que ela funciona.
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