Mesmo com aumento de juros pelo BC, PIB deve continuar caindo, diz especialista
O mercado financeiro estima uma inflação de 7% no ano, com retração do PIB prevista em 2,99%, segundo o relatório Focus. Neste ambiente, as opiniões continuam divididas quanto à eficácia do aumento dos juros básicos que deve ser decidido nesta quarta-feira (20/01) pelo Copom. A expectativa é de um ajuste de 0,5 ponto percentual, com a taxa básica de juros chegando a 14,75% ao ano.
A economista Alessandra Ribeiro avalia que, se o Banco Central não promover aumento da Selic, a inflação pode subir ainda mais: “O Banco Central não tem alternativa, tem que reagir. Ele tem que subir os juros porque aí ficamos com um problema só e não dois, que é o PIB caindo e a inflação. Pelo menos a gente fica com o PIB caindo, mas com a inflação mais controlada. É isso que o Banco Central está optando e eu concordo com a direção”.
Já o economista Marcel Caparoz analisa que a alta de 0,5 ponto dos juros trará pouco efeito prático para conter a inflação. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, ele ressalta a queda na demanda privada das famílias e das empresas: “Aumentar um pouco mais os juros agora é mais uma sinalização, um reforço psicológico, de que ele continua na briga, mas que vai ter pouco efeito na prática para diminuir essa demanda privada das famílias e das empresas que já está em queda”.
Para o fechamento do ano, o Boletim Focus mostra que a expectativa é de uma taxa de 15,25% ao ano. Já para 2017, a medida das estimativas para a Selic do encerramento subiu de 12,75% para 12,88% ao ano.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.