Mesmo com aumento do teto, juros altos desestimulam financiamentos imobiliários
Apesar do aumento do teto do financiamento imobiliário, de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões, os juros altos ainda desestimulam os negócios. A medida da Caixa Econômica Federal começa a valer na próxima segunda-feira (25) com o foco na classe média alta.
O banco também ampliou o limite financiado de 70% para 80% no caso de imóveis novos, e de 60% para 70% nos usados.
O economista chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo, Celso Petrucci, ressaltou que a recuperação das vendas vai depender do valor financiado: “ele nunca vai financiar esses 80% que eles aumentaram de cota de financiamento. Por ser dinheiro com taxa de juros mais alta que as normais, acredito que ela esteja aproveitando oportunidade para facilitar essas condições de financiamento”.
Apesar da janela de oportunidades citada pelo economista Celso Petrucci, do Secovi, o comprador deve fazer as contas, pois os juros não caíram.
O vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, alertou: dependendo do prazo, o cliente poderá pagar até três vezes o valor financiado. “Financiamento de R$ 2,4 milhões viraria R$ 2,141 milhões só do financiamento. Quanto mais longo o prazo, mais caro vai ficar esse financiamento”, explicou.
Miguel Ribeiro de Oliveira acrescentou ainda que a renda necessária para quem quiser financiar R$ 2,4 milhões é de R$ 80 mil, algo fora da realidade.
Em entrevista a Thiago Uberreich, o consultor financeiro André Massaro recomendou que quem puder deve adiar a compra do imóvel: “os juros estão altos no financiamento imobiliário e o preço od simóveis ainda não caiu muito. Quem puder esperar, provavelmente estará fazendo algo sensato”.
Massaro lembrou, no entanto, que o comprador deve pensar duas vezes antes de assumir um financiamento longo. Antes da crise, a Caixa Econômica Federal oferecia juros abaixo de 10% ao ano e hoje cobra cerca de 12% para o crédito imobiliário.
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