Mesmo com queda do desmatamento, emissão de gases do efeito estufa ficaram estáveis em 2014

  • Por Jovem Pan
  • 20/11/2015 11h05
Agência Brasil Efeito estufa

 As emissões de gases do efeito estufa em 2014 ficaram estáveis em relação ao ano anterior, apesar da queda de 18% no desmatamento da Amazônia. A informação é do levantamento divulgado na quinta-feira (19/11) pela ONG Observatório do Clima. O Brasil emitiu no ano passado mais de 1,5 bilhões de toneladas de gás carbônico, queda de 0,9% em relação a 2013.

O secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, explica o que impede uma queda mais acentuada das emissões: “Foi a dinamização da economia que levou a um aumento do consumo de energia e, portanto, a um aumento das emissões. De fato foram escolhas erradas, como o aumento do uso de combustíveis fósseis e o aumento da geração termelétrica de energia no país”

O setor de energia, que abrange tanto equipamentos geradores de eletricidade como combustíveis, tem participação cada vez maior nas emissões.

O presidente do Iema, o Instituto de Energia e Meio Ambiente, André Ferreira, afirma que o acionamento das termoelétricas elevou os índices: “Tomou-se a decisão acertada para manter o suprimento de eletricidade para a sociedade. As termelétricas foram despachadas, praticamente, a tempo integral”.

O diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santiago de Oliveira, acredita que a análise dos dados de efeito estufa exige mais tempo. Ele avalia que foram registrados resultados animadores entre 2005 e 2012: “Para a mudança do clima você não pode pegar a perspectiva de um ano apenas, é muito pouco. Se pegarmos o período de 2005 a 2012, o Brasil reduziu na sua totalidade, em todos os setores, 41% das emissões. Essa redução nenhum país do mundo alcançou”.

Os dados de emissão de gases estufa foram lançados a poucos dias da abertura da Conferência Mundial do Clima, sediada em Paris neste ano. O Brasil está comprometido a reduzir progressivamente a geração de gases tóxicos em todos os setores da economia a partir de 2020.

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