Mesmo com queda do desmatamento, emissão de gases do efeito estufa ficaram estáveis em 2014
As emissões de gases do efeito estufa em 2014 ficaram estáveis em relação ao ano anterior, apesar da queda de 18% no desmatamento da Amazônia. A informação é do levantamento divulgado na quinta-feira (19/11) pela ONG Observatório do Clima. O Brasil emitiu no ano passado mais de 1,5 bilhões de toneladas de gás carbônico, queda de 0,9% em relação a 2013.
O secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, explica o que impede uma queda mais acentuada das emissões: “Foi a dinamização da economia que levou a um aumento do consumo de energia e, portanto, a um aumento das emissões. De fato foram escolhas erradas, como o aumento do uso de combustíveis fósseis e o aumento da geração termelétrica de energia no país”
O setor de energia, que abrange tanto equipamentos geradores de eletricidade como combustíveis, tem participação cada vez maior nas emissões.
O presidente do Iema, o Instituto de Energia e Meio Ambiente, André Ferreira, afirma que o acionamento das termoelétricas elevou os índices: “Tomou-se a decisão acertada para manter o suprimento de eletricidade para a sociedade. As termelétricas foram despachadas, praticamente, a tempo integral”.
O diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santiago de Oliveira, acredita que a análise dos dados de efeito estufa exige mais tempo. Ele avalia que foram registrados resultados animadores entre 2005 e 2012: “Para a mudança do clima você não pode pegar a perspectiva de um ano apenas, é muito pouco. Se pegarmos o período de 2005 a 2012, o Brasil reduziu na sua totalidade, em todos os setores, 41% das emissões. Essa redução nenhum país do mundo alcançou”.
Os dados de emissão de gases estufa foram lançados a poucos dias da abertura da Conferência Mundial do Clima, sediada em Paris neste ano. O Brasil está comprometido a reduzir progressivamente a geração de gases tóxicos em todos os setores da economia a partir de 2020.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.