Mesmo com segurança reforçada no RJ, secretário não está “totalmente tranquilo”
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, defendeu que a segurança pública deve ser uma prioridade no País. “Sem segurança pública, nada acontece. Se o Brasil não enxergar isso, acho difícil e demorado fazer com que esse quadro mude. Se segurança pública não virar prioridade no País, não haverá desenvolvimento”, disse.
A pouco menos de duas semanas do início dos Jogos Olímpicos no Estado, Beltrame ressaltou que há um trabalho de atuação com “forças amigas” para “compartilhar essa responsabilidade que é muito grande”. “Polícia nenhuma no mundo tem condição de fazer um evento dessa natureza sozinha. Já fizemos seis ou 7 eventos internacionais e após o término deles fomos muito bem avaliados. Essa fama que o Rio de Janeiro carrega ainda vai levar alguns anos para que a gente saia desse patamar de cidade violenta. Isso, infelizmente, não é de hoje”, lembrou.
Ele ressaltou que apenas a Polícia Militar conta com mais de dez mil homens para a segurança no Estado durante os Jogos, mas destacou: “isso não nos deixa totalmente tranquilos de que nada vai acontecer em relação a isso [terrorismo], porque vemos países super desenvolvidos com essa situação”.
Ameaça de terrorismo
Nos últimos dias, a Polícia Federal prendeu onze brasileiros suspeitos de elo com o Estado Islâmico. O secretário de segurança ressaltou que a SSP-RJ não teve participação e que recebeu informações posteriores. “É um evento sensível e tem que ser tratado de forma bastante sensível. Não temos todas as informações, até porque o assunto terrorismo fica no âmbito do Governo federal”, disse.
A população segue recebendo orientações de agências de segurança, como a ABIN, e do Ministério da Defesa, para que fiquem atentos a “atitudes suspeitas”. Para José Mariano Beltrame, no entanto, nãa há “nenhum país no mundo que esteja livre desse episódio”.
Unidades de Polícia Pacificadora
Questionado se as UPPs fracassaram, o secretário criticou aqueles que criticam o trabalho da polícia. “Parece que as pessoas se esquecem do que passaram no Rio de Janeiro. Esquecem o que foi feito em todas as comunidades. Ligar a UPP a não ter mais tiros é impossível”, ponderou.
“Termos paz nestes lugares, onde se instalou a guerra, acho que isso infelizmente ainda vai demorar para mudar e não depende de papel único e exclusivo das polícias”.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.