Mesmo sem alvará, Museu da Língua Portuguesa tinha total segurança para receber o público, segundo arquiteto
O arquiteto Pedro Mendes da Rocha, junto com seu pai Paulo, projetou o Museu da Língua Portuguesa e, em entrevista à Jovem Pan, lamenta o incêndio ocorrido nesta segunda-feira (21/12) no edifício: “É a destruição de um patrimônio de São Paulo e do Brasil. (…) A estação da Luz é tombada por órgãos de preservação da administração municipal, estadual e federal, então esse edifício, pela sua importância, é tombado pelas três instâncias”. Ele também afirma ser uma tristeza a morte do brigadista Ronaldo Pereira da Cruz, a quem chama de herói.
Pedro Mendes afirma que, em relação à estrutura, será possível recuperar o edifício: “Sem dúvida, os elementos que foram destruídos podem ser reconstruídos do ponto de vista arquitetônico e da engenharia. Precisa avaliar a dimensão dos danos e o comprometimento das estruturas, mas sempre é possível reconstruir trechos que foram danificados”.
Sobre a polêmica das condições do museu para receber o público e a ausência de laudo do corpo de bombeiros, Pedro Mendes afirma: “Foi contestada pela Secretaria de Cultura a informação de que não havia laudo dos bombeiros. Existe uma série de documentos que atesta a viabilidade do museu para funcionamento e recepção do público. O alvará não existe e a Secretaria se manifestou sobre isso, mas a prefeitura afirma que existem documentos que atestam a viabilidade e total segurança do museu. O que houve está sendo apurado. É um fato excepcional que ultrapassou as medidas de proteção”.
O arquiteto afirma que os fatos ainda precisam ser apurados, mas ao que tudo indica, o fogo começou no primeiro andar do edifício.
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