Metade dos feminicídios são cometidos por familiares
Mapa da Violência no Brasil indica que 50% dos homicídios contra mulheres são cometidos por familiares e 33% por parceiros ou ex-companheiros. O estudo abrange o período de 1980 a 2013 e, no último ano do levantamento, o país teve 13 crimes por dia.
Desde 2006, foi promulgada a lei Maria da Penha, mas apenas Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram queda nas taxas.
O sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, que é o autor da pesquisa, traça o perfil da maioria das vítimas: “Mulheres geralmente negras, pobres, que moram nas periferias urbanas, são o caldo de cultura de uma sociedade machista”.
Os casos tem aumentado, o que revela medo na hora de fazer a denúncia. O Brasil tem uma taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil habitantes.
A secretária nacional de políticas para mulheres, Eleonora Menicucci, admite as dificuldades para implantar a Lei Maria da Penha em todo o país: “Falta uma capilaridade das ações de enfrentamento à violência nas políticas públicas e uma erradicação completa e radical da cultura da violência patriarcal e machista no nosso país”. Para a ministra, a sociedade brasileira precisa de uma grande reação contra a violência.
A juíza da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça Paulista, Maria Domitila Mansur, diz que o problema atinge todas as idades: “Essa pesquisa ela abrange não só as mulheres casadas, companheiras, ex-namoradas, ex-esposas e ex-companheiras, mas também as meninas que são alvo da nossa preocupação e mulheres da terceira idade que tem sido muito agredidas ultimamente pelo que temos percebido”.
Os maiores índices de homicídios de mulheres são registrados nos pequenos municípios, e não nas capitais. Barcelos, no Amazonas, com população feminina de 11.958, registrou 45 homicídios por 10 mil mulheres e é o primeiro da lista.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.