Ministério Público investiga relação do PCC com políticos de Campinas
Ministério Público e Polícia Militar prendem pelo menos dez suspeitos de liderar a facção Primeiro Comando da Capital, em Campinas. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, a investigação está relacionada ao financiamento de políticos pela organização criminosa. Um dos 12 mandados foi cumprido no Palácio dos Jequitibás, sede da prefeitura de Campinas.
O assessor da secretaria de relações institucionais do município Alexandre Cora Francisco, conhecido como Xandão, foi preso por suspeita de manter ligação com a facção.
De acordo com o promotor Amauri Silveira Filho, o objetivo agora é descobrir se o dinheiro proveniente do tráfico de drogas também servia para fins políticos: “Vamos investigar o trânsito de dinheiro que vem do tráfico e que é usado para outras finalidades, inclusive lavagem de dinheiro. Agora vamos tentar identificar se parte desse dinheiro pode ter sido utilizada em atividades políticas”.
A prefeitura de Campinas disse, em nota, que a exoneração do funcionário comissionado foi publicada na quarta-feira (02/12) no Diário Oficial.
O promotor Amauri Silveira Filho esclarece, no entanto, que não há ligação direta do prefeito Jonas Donizete, do PSB, com a facção: “Não há indicativas de que o prefeito tenha participado de nada. Precisamos refinar e entender melhor para que servia essa ligação e para qual finalidade. Há elementos que indicam que há uma tentativa dos integrantes do PCC de passar a participar ou se infiltrar ainda mais nas atividades políticas que acontecem aqui na região”.
A secretaria de relações institucionais afirmou que o funcionário preso não tinha poder de decisão no cargo. Durante a operação, oito mandados foram cumpridos na região de Campinas, um em Ubatuba, no litoral do estado, e outro em Presidente Epitácio, no oeste paulista.
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