Ministro tenta se explicar: “não há intenção de mexer no direito do trabalhador”

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2016 09h36
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Seminário sobre o PL 1211/11, que dispõe sobre a profissão de detetive particular, cria o Conselho Federal de Detetives do Brasil e os Conselhos Regionais de Detetives e dá providências correlatas. Dep. Ronaldo Nogueira (PTB-RS) Data: 26/09/2013. Foto: Lúcio Bernardo JR/Câmara dos Deputados Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados Ronaldo Nogueira

Em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta sexta-feira (09), o ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira desmentiu algumas afirmações feitas nas últimas semanas.

Na defensiva, Nogueira afirmou que nunca houve intenção de mexer nos direitos do trabalhador. “Não existe e nunca existiu aumento de jornada do trabalho de 8 para 12 horas”, disse. Ele negou que o presidente Michel Temer tenha pedido para ele “se retratar”, mas admitiu ter recebido “uma orientação” direta de Temer para que o que chamou de “equívoco de interpretação” fosse esclarecido.

“Houve uma orientação no sentido de que equívoco de interpreetação fosse esclarecido e a verdade viesse à tona: de que por parte do governo não há nenhuma intenção de mexer em nenhum direito do trabalhador, como aumentar jornada, mexer no 13º, férias, FGTS, vale-transporte, vale-refeição”, disse o ministro do Trabalho.

Segundo ele, é fundamental que os direitos existentes “sejam consolidados”.

Nogueira disse que a reforma trabalhista deve ser enviada ao Congresso na primeira quinzena de dezembro.

Ele disse que o governo está aberto ao diálogo: “estou visitando todas as centrais sindicais e estou conversando com todos”.

PITACO DA JOVEM PAN: Quem vai pôr a mão num vespeiro como a reforma trabalhista não pode se dar ao luxo de passar mensagens ambíguas. A comunicação do governo vai mal.

Acompanhe a entrevista do ministro na íntegra:

Segundo Nogueira, “a reforma trabalhista se concentra em três pilares: segurança jurídica, criar oportunidade de ocupação com renda e consolidar direitos”.

“Nenhuma regra será mudada no sentido de prejudicar o trabalhador”, garantiu. “A preocupação do governo é combater o desemprego e a informalidade”, completou.

Frase confusa

Durante uma dessas visitas às centrais sindicais o ministro falou a polêmica frase que, segundo ele, era apenas um exemplo da “insegurança jurídica” que busca ser combatida. Ele citou profissionais das áreas da saúde e segurança que fazem acordo coletivo por jornadas de 12h de trabalho por 36h de descanso e a cláusula é tornada nula e sem efeito pela Justiça.

“É essa insegurança jurídica que nós para que o empreendedor possa ter a garantia de que ele contrata o trabalhador, cumpre todas as suas obrigações trabalhistas e não venha ser injustiçado no dia de amanhã”, afirmou o ministro à Jovem Pan.

Sobre as horas extras, Nogueira tentou esclarecer que citava um “exemplo hipotético” com 44h de jornada de trabalho mais 4h de extras eventuais. “Mas não aumentar a jornada semanal de 44h para 48h”, negou.

Flexibilização e decisões coletivas

Nogueira exemplificou mais medidas concretas que a reforma com flexibilização das regras por meio de convenções poderia afetar. “Tem setores que preferem fazer as 44 horas em cinco dias e folgar no sábado e domingo”, citou. “O que nós vamos fazer é prestigiar negociação coletiva”, disse. E explicou: “não é o acordado sobre o legislado. Nós vamos dizer em que pontos a convenção coletiva pode decidir”.

Se acordo com a proposta de Nogueira, as decisões coletivas poderão decidir “sobre o salário da categoria, sobre a forma que a jornada de 44h poderá ser feita, sobre o programa de proteção ao emprego”.

O FGTS, 13º e férias não poderão fazer parte da negociação coletiva, garante o ministro. “Até porque a negociação coletiva não vai poder reduzir jornada e reduzir salário. A convenção poderá definir a forma como a jornada será realizada”, esclarece.

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