Montadoras ampliam demissões após queda de 30% em vendas
Montadoras ampliam demissões após queda de 30% nas vendas de caminhões e ônibus nos sete primeiros meses de 2016. A Mercedes-Benz enviou telegramas para um grupo de 1400 funcionários, que está em licença remunerada desde fevereiro.
A fabricante alega que já recorreu a suspensão temporária dos contratos, Programa de Proteção e Emprego, férias coletivas e o plano de demissão.
Mesmo com a adesão voluntária de 630 metalúrgicos e medidas para adequar a atual demanda haveria 1.870 trabalhadores ociosos.
O mercado de caminhões caiu 31% em 2016, 30 mil unidades, e a comercialização de ônibus recuou até agora 33%.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, ressaltou a dependência do segmento ao PIB do país e a necessidade da superação da crise política. “A medida que os investidores voltarem a colocar seu capital em investimentos concretos, o emprego começa a retomar e a atividade econômica também e o setor dos pesados vai começar a ver uma recuperação”, disse.
Além da Mercedes, a produção no ABC paulista está suspensa na Ford e na Volkswagen, e cerca de 20 mil operários estão fora das fábricas.
O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, avaliou que a lenta recuperação virá somente em 2017. “Eu acho que a questão de equilíbrio. Não há carga para transportar como deveria ser. Temos que aguardar esse momento”
Em 2016, as montadoras demitiram 3 mil trabalhadores e atualmente possuem 126.800 funcionários, mesmo efetivo de 2010.
Desse total, estão hoje no Programa de Proteção e Emprego 21 mil metalúrgicos e outros 5 mil em lay-off, a suspensão do contrato de trabalho.
*Informações do repórter Marcelo Mattos
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