Montadoras de caminhões tem menor produção desde 2000

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2016 12h35
Manifestação dos caminhoneiros continua em Papanduva e São Bento do Sul, no Planalto Norte de SC Grevistas estão liberando a passagem de veículos de passeio, emergência e transporte de cargas perecíveis e vivas Comando Nacional do Transporte Caminhões

 A recessão obrigou as montadoras a utilizarem apenas 18% da sua capacidade instalada nas fábricas para produção de caminhões no Brasil. O segmento, diretamente ligado ao desempenho da economia, reflete o forte abalo do setor industrial diante da crise econômica e política. Em 2015, o mercado de veículos pesados encolheu quase a metade, com 71,7 mil caminhões produzidos, menor patamar em 16 anos.

Em entrevista a Marcelo Mattos, o diretor da MAN Latin America, Marco Saltini, diz que a retomada da atividade depende da superação das incertezas: “A gente não sabe exatamente o que vai acontecer, então logicamente que o investidor perde o apetite por um mercado nebuloso que ele não sabe se ele fizer investimento, se ele vai conseguir recuperar esse dinheiro ou não”. Saltini ressalta que o preço dos caminhões se mantém estável desde 2011, acumulando defasagem em função do aumento de custos.

A redução da atividade também atinge fortemente o segmento de carros e comerciais leves, com 60% das linhas de montagem paradas. Em março, o setor automotivo retirou das fábricas 38 mil empregados com a suspensão temporária de contratos e o Programa de Proteção ao Emprego. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, vê potencial de crescimento do mercado interno, mas afirma que a crise atingiu um estágio sem precedentes: “O que nós esperamos é que essas questões políticas tenham uma solução o mais rápido possível, para que a gente possa gerar, dentro da nossa empresa, uma expectativa positiva, de tal maneira que esse esforço de proteger o nível de emprego permaneça”.

Segundo a Anfavea, entidade que reúne as montadoras, a produção brasileira de veículos despencou 28% no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março foram fabricadas 482 mil unidades, retrocedendo ao mesmo patamar de 2003.

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