Moreira Franco chama calendário do impeachment de irracional
O calendário do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff é irracional para a realidade econômica do Brasil. Essa avaliação é do secretário executivo do Programa de Parceria e Investimento, Moreira Franco, que descarta novas concessões antes do julgamento final. Franco esteve em São Paulo e falou para uma plateia de investidores financeiros, principal alvo dos futuros projetos de infraestrutura.
Em entrevista a Marcelo Mattos, ele reconhece que não assinaria um contrato sem a definição do presidente que irá comandar o país pelos próximos anos: “A irracionalidade está no prazo com que esse processo se dá. Esse tempo prejudica o país, gera instabilidade, uma insegurança que não é saudável, sobretudo quando o país vive uma crise desse tamanho, dessa natureza. No Brasil de hoje você não sabe com quem assinar contrato, porque tem um presidente interino, uma presidente afastada e um processo de impeachment que hoje os jornais anunciam que só em 20 de agosto está prevista a votação final”.
A presidente afastada Dilma Rousseff não conseguiu destravar o PAC da Infraestrutura, que foi lançado três vezes na sua gestão. O mercado questionou o modelo sem regras claras, marcos regulatórios frágeis e taxas de retorno pouco atrativas. Além da crise política que trouxe maior insegurança ao Brasil, as grandes empreiteiras dominam as investigações da Operação Lava Jato.
O presidente do Citi Bank do Brasil, Hélio Magalhães, avalia que os fundos de investimentos podem ser a saída para a infraestrutura do país: “Ainda representa para os investidores estrangeiros um país com muitas oportunidades. Uma vez decidida essa situação política e o governo demonstrando no dia a dia essa proposta que está fazendo, não tenho dúvida que o Brasil passa a fazer parte dos planos dos investidores estrangeiros”.
Moreira Franco agenda para a semana do dia 4de julho a primeira reunião do grupo de trabalho para definir as novas regras do processo de concessão. Um dos temas a ser discutido são os prazos dos processos, com a mudança para 120 dias e não os atuais 45 dias, aos estudos de viabilidade.
Confira a reportagem de Marcelo Mattos:
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