Adriano Silva revela culpa por insucesso à frente do "Fantástico" em seu livro
O jornalista Adriano Silva viu a grande oportunidade de sua carreira surgir em 2006, quando deixou um cargo importante dentro da editora Abril para encarar o desafio de comandar a redação do “Fantástico”, na TV Globo. O sonho acabou se tornando um pesadelo e pouco mais de um ano depois, ele seria demitido da função. Toda a sua trajetória nos 400 dias em que esteve na emissora carioca são contados no livro “Treze Meses Dentro da TV”, da editora Rocco.
No Morning Show desta sexta-feira (25), Silva explicou um pouco do clima que encontrou e as dificuldades que precisou lidar no período em que esteve à frente da redação do programa dominical, sem tirar a sua parcela de culpa por não ter dado certo dentro da Globo.
“A dificuldade de você entrar num lugar em que pessoas operam de uma determinada forma há algum tempo. Tem muitas revelações sobre a indústria da TV. Como que você entra num lugar com cartas distribuídas? Tem que saber mexer com isso. A televisão requer um conhecimento técnico do veículo, além do editorial. Tem todo um jargão e glossário que é muito valorizado lá dentro”, explicou.
O jornalista acredita que essa falta de conhecimento na área televisiva foi um grande problema para que ele conseguisse o respeito de seus subordinados, já que eles pareciam ter muito mais facilidade para lidar com as situações da redação. Ele afirma ter subestimado a importância de se preparar melhor para a nova empreitada.
“Entrei como chefe da redação do Fantástico e tive que aprender com a equipe. Só tem uma coisa que as pessoas respeitam, elas querem que você saiba mais do que ela. Cheguei desautorizado por ter menos conhecimento e talvez tenha subestimado a importância disso”, disse.
A obra possui uma trama que contam os bastidores do jornalismo brasileiro e Silva espera que os relatos de seu fracasso possam ajudar executivos a aprenderem mais a buscar os acertos em sua carreira profissional.
Será que há vida fora da TV Globo? A emissora vem perdendo diversos profissionais os últimos meses que estão preferindo buscar novos ares em outros países e até em carreiras fora do ambiente jornalístico.
Adriano se tornou um empreendedor e tocou o projeto Draft, que trabalha o jornalismo de negócios em meio a nova economia. Ele explica que o jornalismo está se tornando cada vez mais interessante em meio a essa crise que o Brasil passa.
“Ao sair da Globo, saí da vida executiva. Hoje eu trabalho com o projeto Draft, que faz jornalismo de negócio em cima da nova economia. Esse momento que vivemos hoje ´muito interessante. Você não tem mais obrigação de trabalhar para empresas que pertencem a poucas famílias. Tem muita alternativa e é saudável enxergar que há vida fora das indústrias brasileiras”, apontou.
“O jornalismo nunca foi tão necessário. Talvez não tenha mais a carreira como tivemos. Tem muitas possibilidades e como ferramenta, nunca foi tão necessário. Se está pensando em fazer jornalismo, faça!”, concluiu.
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