Alô, turma fitness: dieta aparentemente saudável pode maquiar uma "alimentação transtornada"

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2018 11h40
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Jovem Pan

Muito se fala hoje em dia sobre problemas como bulimia, anorexia e compulsões. Mas existe outra questão envolvendo a comida que ainda é tratada de maneira equivocada por nós. E o pior de tudo é que ela costuma ser vendida por pessoas com corpos estruturais como a opção mais saudável que você poderia escolher. Isso pode ser chamado não de transtorno alimentar, mas de “alimentação transtornada”. É o que as nutricionistas Cynthia Antonaccio e Manoela Figueiredo explicaram nesta quinta-feira (21) em entrevista ao Morning Show.

“Existem as doenças mais graves como essas que citamos e também uma alimentação transtornada disfarçada de saudável. Frango com batata doce? Não invalidamos, não fazemos julgamento nenhum. Preconizamos sempre a dieta equilibrada, os princípios da nutrição podem estar aí, sim, mas só isso não basta mais. Essa coisa exagerada tem deixado as pessoas confusas. Estamos vendo que essa lei do ‘certo e errado’ não tem melhorado a saúde de ninguém e nem emagrecido como muitos gostariam. Não adianta fazer uma dieta, a dica é mudar o olhar com as refeições”, disse Cynthia.

“É importante comer e pensar nos nutrientes, mas não só isso. Somos o que comemos, mas também somos como, onde e com quem comemos. A proteína é importante, o carboidrato é importante, mas comemos comida! E temos nos desconectado disso. Você quer comer nutriente? Não, quer comer comida”, completou Manoela. “Aí você sai para almoçar com os amigos e cada um fica no celular. Será que estão almoçando juntos? Hoje se foca demais no valor biológico do alimento, só que a nutrição tem um papel biopsicosocial, ela vai além”.

As duas especialistas lançam nesta sexta às 18 horas o livro Mindful Eating – Comer Com Atenção Plena. O evento acontecerá na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo.

“A principal ideia do livro é trazer a reconecção com a comida. Temos vários tipos de fome. Precisamos enxergar e perceber isso sem julgamento e com aceitação. Estamos comendo apenas por motivos externos. As vontades, a cultura, a sensação de fome e saciedade têm que ser resgatadas. Temos dentro de nós o ‘especialista de si mesmo’. É o comedor intuitivo, sábio. As crianças são assim, mas nos desligamos disso na vida. O ‘comer com atenção’ é um convite a esse resgate”, afirmou Cynthia.

“Como fazer isso? Perguntando para nós mesmos: estou mesmo com fome agora? Do que estou com vontade? Será que é proibido comer um bolo? Quando você come de forma não-julgadora, mas reconectado, poder comer melhor e eventualmente menos! Assim fica possivel até lidar com eventuais exageros”, concluiu Manoela.

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