Aos 90 anos, morre diretor britânico Richard Attenborough

  • Por Jovem Pan
  • 25/08/2014 09h43
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Reuters/Divulgação

Richard Attenborough, morto neste domingo aos 90 anos, foi um prolífico ator e diretor britânico que conquistou Hollywood com seu papel em “Parque dos Dinossauros” e sua direção do filme “Gandhi”, pelo qual recebeu dois Oscar.  Irmão do naturalista David Attenborough, com quem compartilhava o tratamento de “sir”, dedicou sua vida às artes e a promover a educação, ao mesmo tempo em que foi presidente de várias instituições no Reino Unido, como a Real Academia de Arte Dramática, onde estudou, e do clube de futebol Chelsea, clube pelo qual torceu por toda a vida.

Nascido em Cambridge em 29 de agosto de 1923, era o mais velho dos três filhos de Frederick Attenborough, reitor do University College de Leicester, e Mary Clegg. A carreira cinematográfica de Richard Attenborough começou em 1942 como marinheiro desertor em “Nosso Barco, Nossa Vida”, mas a fama lhe chegou com “Brighton Rock” (1947), onde interpretava o jovem gângster psicopata do romance de Graham Greene.

Após servir na Real Força Aérea durante a Segunda Guerra Mundial, se dedicou ao cinema britânico durante os seguintes 30 anos, com filmes como “Papai é um Nudista” (1959), e, no teatro, fez parte, com sua esposa Sheila Sim, do elenco original de “A ratoeira” de Agatha Christie, ainda em cartaz.

Em 1963 estreou em Hollywood com “Fugindo do Inferno” e, em 1967 e 1968, obteve Globos de Ouro de melhor ator coadjuvante por “O Canhoneiro do Yang-Tsé”, com Steve Mcqueen, e “O Fabuloso Doutor Dolittle”.

Embora em 1979 tudo indicasse que tinha deixado a interpretação, reapareceu em 1993 como o excêntrico empresário John Hammond de “Parque dos Dinossauros”, de Steven Spielberg, após o que fez alguns outros papeis secundários.

Como diretor, Attenborough estreou com o filme musical “Oh! Que Bela Guerra!”, mas a fama mundial chegou com seu épico “Gandhi”, de 1982, pelo qual conseguiu o Oscar de melhor diretor e melhor filme assim como um Globo de Ouro e dois Bafta.

Em 1992 dirigiu “Chaplin”, com Robert Downey Jr., e de 1993 é “Terra das sombras”, protagonizada pelo galês Anthony Hopkins, um de seus atores preferidos. Também assinou a versão cinematográfica do musical “Chorus Line – Em Busca da Fama” (1985), com Michael Douglas, e o impactante filme sobre a vida do ativista sul-africano anti-apartheid Steve Biko, “Um Grito de Liberdade” (1987).

Richard Attenborough foi colaborador de múltiplas organizações solidárias como United World Colleges, que promove o intercâmbio educativo internacional, e fundou na Suazilândia o Centro para a Aprendizagem Criativo Jane Holland, em memória de sua filha que morreu no tsunami de 2004 na Tailândia. Jane, que morreu junto com uma de suas filhas, Lucy, era a mais velha de seus três filhos, sendo os outros dois Michael, diretor teatral, e Charlotte, atriz.

Em 1976 recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico, com tratamento de “sir”, e em 1993 chegou à Câmara dos Lordes com o título de barão Attenborough de Richmond-upon-Thames, o bairro onde viveu em Londres. Richard Attenborough foi também um grande colecionador de arte e desde os anos 50 reuniu cerâmicas de Picasso assim como obras dos britânicos L.S. Lowry e Graham Sutherland.

Em 2008, o ator e diretor, que foi amigo da princesa Diana, sofreu um acidente vascular cerebral que lhe prostrou em uma cadeira de rodas.

Após vender parte de sua coleção de arte e suas propriedades em Londres e Escócia, em março de 2013 ingressou com sua esposa em uma residência de idosos londrina para artistas aposentados. EFE

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