"Até pouco tempo era contra a pena de morte, agora sou a favor", diz Marcelo Rezende
Um dos apresentadores de programas policiais mais famosos da televisão brasileira, Marcelo Rezende, falou sobre a carreira e a violência no país. Ele conta que ficou feliz em ter seguido o caminho do jornalismo investigativo: “Se não houver quem mostre, parece que o mundo é uma beleza. E o mundo não é uma beleza”. O escândalo da Petrobras, segundo ele, nunca teria sido exposto se não fosse esse tipo de jornalismo. “Se mostra a verdade, o governo quer que esse tipo de programa acabe”, opina.
Marcelo não acredita que exibir casos de violência causem mais violência. “No Linha Direta, quantos crimes insolúveis acabaram solucionados?”, questiona. “Você cobra das autoridades para que elas tomem uma posição. O ex-presidente Lula, quando era presidente, forçou até que a Record tirou o Cidade Alerta do ar. Se tirou do ar, a gente tem que refletir: ‘por que?'”.
Na volta à Rede Record, no comando de Cidade Alerta, há cerca de dois anos, Marcelo revolucionou esse tipo de programa e mesclou o humor com o assunto sério da violência. “Uns três dias depois me chamaram em uma reunião e disseram que não combinava, mas eu falei que só podia ser se fosse assim, senão que arrumassem outro. Antes me viam com uma pegada séria, mas agora sou visto como eu sou”, explica, dizendo que passa 80% do dia brincando.
Marcelo comentou a pena de morte. “Sempre fui contra a pena de morte, mas não sou mais”, diz ele, que mudou de ideia recentemente. Ele explica que mudou o pensamento porque não acredita que uma pessoa que possa abusar de mulheres e crianças vá se recuperar. “O crime contra a mulher está crescendo de forma galopante. Nesse crime, assim como o contra a criança, não há na psicologia um caso que a pessoa com esse gap cerebral se recupere. Vai prender por três anos e depois solta, vai sair e fazer de novo”, argumenta.
Segundo ele, para melhorar a violência no país é necessário planejamento e urbanização. “Temos um país que não planeja nada, é tudo pro dia seguinte”, diz. Com creches, centros de saúde e esportes, as coisas melhorariam.
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