Bicampeão do Carnaval, presidente da Acadêmicos do Tatuapé explica segredo do sucesso
A Acadêmicos do Tatuapé conquistou o segundo título do Carnaval de São Paulo, na tarde da última terça-feira, confirmando o bicampeonato da competição. Com duas vitórias e um vice-campeonato nos últimos três anos, a agremiação se consolida como a principal força do Carnaval Paulistano.
Como se explica essa mudança de patamar da escola? Em entrevista ao Morning Show da Jovem Pan nesta quarta-feira (14), o presidente da Acadêmicos do Tatuapé, Eduardo dos Santos, revelou que a escola analisa as notas e críticas dos jurados ano após ano, tornando-se especialista em identificar e corrigir erros.
“Tem o projeto que começou em 2010, quando a escola estava no que corresponde a Série C do Brasileirão. Naquele momento mudamos nossa filosofia e nossa visão de Carnaval. A primeira coisa a fazer era estudar o Carnaval. Tem uma história por ano que é o julgamento dos quesitos. Quando julgam uma escola, ele justifica e aponta os erros e em que momento aconteceu”, disse.
“Essa leitura conta uma história para nós e viramos especialistas nesse negócio de estudar o Carnaval. Nos últimos 8 anos vimos o que acontece no Carnaval e tudo o que implantamos foi com base nessas pesquisas. Entendemos uma série de coisas e nos preparamos para não errar. Daí vem o crescimento da qualidade de nossos desfiles”, completa.
Apresentando a cultura do Maranhão em seu enredo vencedor, a Tatuapé não contou com nenhum incentivo do governo maranhense, apesar de ter tentado entrar em contato. As verbas foram adquiridas por meio da Prefeitura de São Paulo, direitos de transmissão e do plano comercial, além de captações das companhias privadas.
“Cada escola vai buscar patrocínios individuais e cada uma sai com seu projeto. O Estado do Maranhão não ajudou. Tentamos uma aproximação com eles, mas se recusaram em nos receber. Fiz duas reuniões com pessoas do governo e a gente não conseguiu fazer uma reunião com eles. Recentemente muito próximo recebemos a visita de algumas pessoas dispostas a nos ajudar e tivemos uma ajuda. Não teve dinheiro do governo, apenas de pessoas que queriam ajudar”, explica.
Enredo estava pré-determinado desde o último ano
Falar sobre o Maranhão não foi uma escolha de última hora. Segundo Eduardo dos Santos, o samba-enredo estava 99% escolhido desde o último ano e quase se tornou a escolhida de 2017, quando foi preterida pela África.
Dos Santos aponta que o estado nordestino tinha potencial de proporcionar um samba valente e que transmitiria um sentimento único para as arquibancadas do Anhembi e telespectadores de todo o Brasil.
“Na verdade, o tema já estava sob a mesa há alguns anos. Já tínhamos estudado e certeza que faríamos em algum momento por conta de sua cultura e história. É uma história que poderia proporcionar um samba valente, um conjunto legal e uma emoção a ser transmitida. A cada ano temos quatro ou cinco temas para optar conforme pelo momento”, finaliza.
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