Cientista político diz que fim da posse legal de armas não acaba com atentados

  • Por Jovem Pan
  • 13/06/2016 12h09
Reprodução/Youtube

Em entrevista ao Jovem Pan Morning Show desta segunda-feira (13), o cientista político Heni Ozi Cukier disse não acreditar que o fim da posse legal de armas nos Estados Unidos acabará com atentados como o de ontem, quando o norte-americano de origem afegã, Omar Mateen, matou 50 pessoas com uma metralhadora numa boate na cidade de Orlando.

Para ele, qualquer louco que quiser cometer um ato terrorista irá procurar modos de completar o seu objetivo. Ele deu como exemplo o atentado na maratona de Boston, quando dois irmãos explodiram bombas caseiras, levando cidadãos que estavam no local a morte.

“A discussão das armas não é necessariamente o ponto central do que acontece. Qualquer pessoa que cometa esse ato é um louco e encontrará meios para fazer isso. Temos atentados recentes que não era fácil conseguir acesso às armas. Na maratona de Boston fizeram um explosivo caseiro para cometer o atentado”, explicou.

Cukier afirma que todas as discussões sobre políticas de maior controle sobre a posse de armas no país surgem apenas para pautar a agenda de discussões em busca de votos. O grande problema desses atos terroristas são as ideologias por trás delas.

Mateen tinha apenas 29 anos e foi investigado pelo FBI duas vezes, que não conseguiram identificar ligação sua com o Estado Islâmico – o que acabou se confirmando. O professor de relações internacionais da ESPM não acha que os policias tenham culpa nisso. Ele cita que a opinião pública não iria perdoar caso prendessem um descendente afegão sem nenhuma prova.

O cientista político acredita que o Estado Islâmico encontrou uma nova forma de recrutar seguidores, apenas perpetuando a sua ideologia extremista em cima de jovens em busca de emoção e um sentido na vida. “O EI entendeu que se faz ligações diretas é fácil de localizar. Eles perpetuam e propagam pessoas para fazer seus atos e eles só cobram que haja um ritual para lhes dar o crédito”, disse.

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