Cientistas políticos veem Trump como antítese a Obama: “foge do politicamente correto”

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A vitória de Donald Trump na eleição presidencial norte-americana desta quarta-feira (9), ao bater a adversário democrata Hillary Clinton, confirmou que a população dos Estados Unidos está em busca de mudanças após os oito anos em que Barack Obama esteve na Casa Branca. No Morning Show desta quarta, os professores Heni Ozi Cukier da ESPM e Marcus Vinicius de Freitas da FAAP expuseram esse sentimento do povo e afirmaram que a vitória do empresário aconteceu por conta de seu discurso firme e cheio de poder, diferentemente do jeito mais politicamente correto de seu antecessor.

Cukier vê as medidas politicamente corretas de Barack Obama como um ponto chave para que o partido republicano voltasse ao poder após oito anos, quando teve George Bush na liderança do país. Para o cientista político, Trump é a antítese do seu antecessor.

“Essa história do politicamente tem chave no que vem acontecendo no mundo. Quando o Obama diz que não usa o termo terrorismo islâmico, ele leva isso para uma proporção enorme. Isso reforça a antipatia com o politicamente correto que cresceu nos Estados Unidos”, explicou.

Mas será que podemos culpar o atual presidente de ter reforçado o seu rival de partido, mesmo que de forma indireta? O professor afirma que sim e faz o parâmetro de opostos que os dois representam.

“ O Obama tem culpa sim. Ele passa uma fraqueza e o Trump é a antítese disso. Ele quer ser grande de novo. Se o Trump errava no grau por ser firme demais, o Obama errava por ser amável demais”, contou.

Mesmo com discursos que beiravam o ódio contra imigrantes ilegais e contra o islamismo, como os norte-americanos elegeram o empresário? Freitas acredita que a população média dos EUA enxergou os problemas do país além das falas fortes do candidato eleito e por isso confiou que ele consiga controlar essas questões.

“O que é interessante nesse processo é que ele conseguiu externalizar o que é a população americana. Se você olhar o americano mediano, ele pensa mais a fundo no que o Trump estava falando. Eles viam que havia um problema a ser resolvido por trás daqueles discursos. Você tinha o Obama que falava bem em público, mas sempre politicamente correto”, concluiu.