Cleo Pires leva bandeira do empoderamento para a música: mensagem é "take the power back”

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2018 12h05
Johnny Drum/Jovem Pan Artista esteve na bancada para divulgar sua nova carreira musical

A partir desta semana, Cleo Pires deixará de ser definida profissionalmente somente como atriz. Isso porque ela acaba de lançar nas plataformas digitais o EP Jungle Kid, seu primeiro projeto no meio musical. E os que ouviram as suas cinco músicas já devem ter percebido: a bandeira do empoderamento, bastante forte na vida pessoal da artista, estará presente também em seu trabalho como cantora. Pode ser encontrada, por exemplo, na faixa Bandida. “É que eu sou bandida, erva venenosa, eu sou uma cobra pronta pra atacar”, diz o refrão.

“Essa canção é menos sobre vingança e mais sobre take the power back. É sobre se apoderar do que normalmente te xingariam apenas por você ser mulher”, explicou em entrevista ao programa Morning Show nesta quarta-feira (21). “É chato as pessoas acharem que te conhecem e terem um julgamento sobre você. O machismo é muto chato. Machismo até das mulheres. De uma mulher que vê outra mulher que escolhe se expressar de uma forma mais agressiva ou sexual e a julga. Diz ‘mas como quer respeito usando essa roupa?’. É justamente esse o problema! Não é a minha roupa. É a minha existência”.

Ela aproveitou para relacionar a declaração com a polêmica que acabou sendo envolvida no carnaval por conta da escolha de uma fantasia. Na ocasião, ao curtir a festa em um camarote na Marquês de Sapucaí, cortou o abadá deixando os seios à mostra. “Acho bom você poder se expressar e mostrar no que acredita. Mostrar quem é, o que acha bonito e artístico. No carnaval apareceram alguns haters, mas houve muita repercussão positiva”, disse sobre o caso.

Desde o lançamento do EP, Cleo tem sido comparada à norte-americana Lana Del Rey pela sonoridade que mistura rock e eletrônico de maneira um pouco sombria. E ela confirma que pode haver uma influência aí. Mas não diretamente e não apenas dela. “Tem um pouco de Lana, um pouco de Fiona Apple, um pouco de PJ Harvey, que é minha musa. São referências, com certeza. Sou muito do rock. Não sei se me inspirei racionalmente, mas pode ter algo em mim de tanto ouvir Nine Inch Nails, No Doubt, Alanis Morissette, Marylin Manson, Nirvana, Pearl Jam, Hole”, pontuou.

Respondendo a uma curiosidade da bancada, a artista revelou ainda que, por conta da correria dos últimos dias, não conseguiu conversar com o irmão Fiuk e nem com o pai do rapaz, o cantor Fábio Júnior, sobre suas músicas – o que deve acontecer em breve.

Ao mesmo tempo em que investe na carreira musical, preparando-se inclusive para lançar um álbum completo com cerca de 15 músicas e talvez iniciar uma turnê, Cleo continua trabalhando como atriz. Ela estará na próxima novela das 19h da TV Globo, na qual, mesmo ainda sem muitos detalhes divulgados, sabe que viverá uma “antagonista com traços de vilã”.

Durante a entrevista, a convidada falou mais sobre feminismo, relembrou a época em que atuou no filme do ex-presidente Lula (e elogiou sua trajetória política), lamentou o assassinato da vereadora Marielle Franco, defendeu a descriminalização das drogas e garantiu, para os que acham que ela vive em baladas, que está em uma fase tranquila de “família e filme no sofá”. “É preconceito achar que vivo em festas só por causa do meu jeito. Não saio muito. Falar isso é equivocado. Não estou nessa fase”, concluiu.

Confira esses e outros momentos no canal do programa do YouTube.

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