Como legado, João Carlos Martins quer deixar mil orquestras espalhadas em todo Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2017 12h17
Reprodução/Instagram

O maestro João Carlos Martins tem uma carreira invejável e é um verdadeiro exemplo de como alguém deve enfrentar as adversidades que a vida cria no caminho. Em entrevista ao Morning Show desta terça-feira (2), o veterano de 76 anos foi questionado sobre o que gostaria de deixar como legado ao povo brasileiro e surpreendeu com sua resposta.

Muito humilde, Martins é conhecido por participar e incentivar pessoas de comunidades carentes e locais mais pobres do país a conhecerem a beleza da música clássica, apresentando-os à sua orquestra bachiana. O pianista já gravou toda a obra do lendário Johann Sebastian Bach e acredita que o seu verdadeiro legado será quando conseguir criar mil orquestras, espalhadas pelo Brasil, um projeto que pretende concluir em cinco anos.

“Eu gravei toda a obra de Bach, mas esse não é o meu legado. O que eu acho que significaria são duas frases. A primeira é do Villa Lobos: “Não é um público inculto que vai julgar as artes, mas sim as artes é que vão definir a cultura de um povo”. A outra é de Winston Churchill, que respondeu a um general que estava lutando na guerra para preservar a cultura da Inglaterra. Quero fazer mil orquestras no período de 5 anos, esse é o meu sonho”, contou.

A vida do maestro chegará aos cinemas em setembro, com o filme “João”. Interpretado por Rodrigo Pandolfo em sua fase jovem e por Alexandre Nero na adulta, Martins explicou que tudo que o longa leva musicalmente é 100% autoral, com ele mesmo tocando as músicas. Ele revelou até um desespero de Nero, quando o ator viu a velocidade com que ele tocava o piano. “Ele disse: ‘filho da puta, estou ferrado em ter pego esse papel’”, comentou. Depois disso, Nero soube que precisaria apenas dublar os movimentos e que não precisaria aprender a tocar piano daquela forma.

O enredo mostrará os detalhes e sentimentos que João Carlos Martins teve quando começou a sofrer de problemas de saúde, que acabaram por limitar os movimentos de sua mão direita. Ele falou que até pensou em se matar na época, mas que seu professor o ajudou a ter novas perspectivas com sua mão esquerda.

“Quando tive o primeiro acidente periférico, pensei até em me matar na semana seguinte à minha operação. Tocou o telefone e era meu professor de piano. Ele perguntou porque eu não tocava com a mão esquerda e fiquei dois anos assim. Depois de fisioterapia, consegui voltar a tocar com as duas”, finalizou.

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