Criador do “X Factor’’, Simon Cowell não gostaria da versão brasileira

Divulgação

Sucesso em mais de 30 países, o “X Factor Brasil’’ pouco lembrou o original britânico criado pelo produtor musical Simon Cowell em 2004. Aliás, se ele assistiu a estreia do programa na Band, não deve ter gostado nada. Até que bem produzido, cenário parecido com os de fora, a execução não funcionou.

O maior erro do reality foi a atuação dos jurados. Principalmente nesse formato em que a participação deles é essencial. Com poucas análises técnicas dos 4, Rick Bonadio foi o que mais se destacou. Chegou a fazer criticas como “ficou um pouco irritante’’. Deve pegar o estilo “carrasco’’ na atração. Mas, para isso, precisa de alguém que faça o contraponto. Paulo Miklos, Aline Rosa e Di Ferrero não conseguiram fazer esse papel. A cantora de axé até soltou um “chupa Rick’’, mas não saiu natural.

Fernanda Paes Leme também pouco apareceu na apresentação. A parte dos bastidores foi designada para o ex-CQC Mauricio Meirelles, tirando quase toda função da ex-global, que se limitou a consolar os familiares durante as apresentações.

A desorganização das audições na Arena Corinthians obviamente foi apagada pela edição, que mostrou todo mundo feliz e contente. A mesma eficiência não ocorreu durante o programa. Tudo muito arrastado. Sem boas histórias. Sem bons personagens. Sem a tradicional trilha de fundo fundamental levar emoção ao público.

Os candidatos também pouco ajudaram. Não sei se guardaram os melhores para os próximos programas ou a seleção falhou. Inclusive, faltou mostrar mais deste processo. Mas, nesta estreia, poucos salvaram. A maioria desafinou e não empolgou.

Como se não bastasse, o final foi grotesco. Após criar um suspense em cima de duas irmãs que deveriam decidir se continuavam cantando juntas ou se separavam, o reality foi para o intervalo e quando voltou, acabou sem mostrar o desfecho. Um suspense sem necessidade e que certamente, não veríamos no “X Factor UK’’.

Enfim, tomara que Simon não tenha assistido. Porque se assistiu, deve ter comparado o “X Factor Brasil” com algum candidato com uma boa roupagem, mas sem brilho nenhum.