"Depois de sair da MTV decidi trabalhar com cinema", conta Marina Person

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2014 11h37
Nathália Rodrigues/Marina Person

Conhecida por seu trabalho na MTV Brasil entre os anos de 1995 e 2011, Marina Person agora está envolvida em todo o tipo de projeto. Está no comando do programa de culinária Marinando, que é publicado em seu canal do Youtube todas as segundas-feiras; dirige o filme Califórnia, que deve ser lançado em 2015; e atua como protagonista no filme Voltando para Casa, do marido Gustavo Rosa de Moura. Ela contou mais sobre seus trabalhos durante participação no Morning Show.

“Tem esse lado que eu adoro comer, por isso fiz o Marinando. Gosto de fazer comida, mas não gosto de ficar duas horas na cozinha”, conta. Os episódios ensinam receitas rápidas e práticas de se preparar. Segundo ela, muitos homens fazem parte do público, e eles são muito caprichosos. “Eles cozinham super bem. Deixam tudo arrumadinho antes de começar porque não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo, já tem que estar tudo picadinho antes”, observa.

Ela afirma que o trabalho na emissora fez muito sentido em sua carreira. “Eu comecei a pensar sobre as coisas que fiz. Fiz tanta coisa, mas naquela época não tinha noção nenhuma”, relembra Marina. Seu sonho sempre foi trabalhar com cinema, já que se formou no ensino superior neste curso, e com o fim do trabalho na MTV, decidiu perseguir esta vontade.

Toda a experiência adquirida com o público jovem na emissora de música tem ajudado na direção do filme Califórnia, que tem como tema central a adolescência. “Esse era o público da MTV, entrevistei muitos adolescentes no Meninas Veneno, as meninas me mandavam cartinhas. É um universo que conheço muito bem e sou apaixonada por essa fase da vida”.

Apesar de o nome do filme ser Califórnia, a história se passa em São Paulo na década de 1980. O nome se refere ao sonho de uma adolescente, Estela (Clara Gavo), de visitar o tio na terra ensolarada da costa oeste dos EUA. O filme se passa entre dois pontos importantes da vida da menina, quando ela deixa de ser criança com a primeira menstruação e quando deixa de ser adolescente com a primeira transa. “Não fiz o filme para adolescentes, fiz para mim e para mulheres de 40 anos, que em 1980 eram adolescentes. O público adolescente é muito desconfiado, eles não gostam do que é feito especificamente para eles, gostam de coisas que vão além”, adianta Marina.

Algumas questões abordadas no filme, porém, são idênticas às atuais. Mesmo sem celular e Whatsapp, os adolescentes dos anos 80 se comunicavam através de bilhetinhos e gravavam fita cassete. “É legal ver como era a vida na época”, aponta a diretora. Marina conta que a equipe da produção entregou um gravador de fita para a atriz Clara Gavo e que ela não sabia o que fazer com o aparelho” “A gente deixou o gravador com ela por um mês. A geração de agora não entende esse conceito de rewind, de usar caneta BIC para arrumar a fita”, diverte-se Marina. O filme promete uma trilha sonora sensacional, com músicas de The Cure, Titãs, Kid Abelha, Metro ae David Bowie.

Já sobre sua estreia como atriz em um papel de destaque, Marina conta que percebeu que gostava de atuar com o Casal Neura, da MTV. “Mas nunca tinha me dedicado a fazer um papel de verdade, sério”. Segundo ela, quando o marido trabalhava no roteiro do filme Voltando para Casa, pensava em qual atriz na faixa dos 40 anos poderia chamar para o trabalho. “Aí falaram ‘porque não fazemos com a Marina?’, e eu falei que ia me esforçar”.

O filme Voltando para Casa conta a história de João Miguel, que tem uma esposa que sofre com a depressão e tenta se matar. A história começa na volta para casa do hospital, depois de uma tentativa de suicídio. Marina tem o papel da esposa, e teve que estudar muito sobre a depressão para fazer a personagem. Confira no áudio a entrevista completa.

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