Documentário brasileiro mostra preconceito contra ateus: "religião não define a pessoa"

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2016 12h37
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Reprodução

O ateísmo é um movimento pouco entendido entre muitas pessoas. A falta de crença em divindades logo é associada ao que de pior existe no ser humano, revelando um preconceito intenso contra quem escolheu não acreditar em Deus ou em qualquer outro tipo de entidade divina. Com a missão de mostrar que ateus também são pessoas de bem e tão comuns quanto cristãos, o diretor Micael Langer (Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei) teve a ideia de produzir o documentário “Godless – The Truth Beyond Belief” e contou mais sobre seus objetivos com esse trabalho no Jovem Pan Morning Show desta quinta-feira (16).

Langer decidiu filmar o documentário não para apimentar ainda mais as polêmicas em torno do ateísmo, mas sim mostrar o grande preconceito que há contra essas pessoas e conscientizar que os ateus não são pessoas ruins que deveriam estar presas.

“O filme tem uma proposta de não debater questões polêmicas. Ele não vai discutir crenças ou a existência de Deus e da religião. Ele trata de um assunto que é o preconceito contra ateus. Muitas pessoas veem o ateu como um cara que não tem bondade e que é mal”, explicou. “A religião não define se a pessoa é ruim ou má. Hitler era cristão fervoroso, por exemplo. Ninguém começa a cometer crimes por ser ateu”, completou.

O diretor disse que poderia criar um documentário que enchesse uma sessão de cinema de ateus, mas não atingiria o grande objetivo por trás da produção: promover o debate e mudança de pensamento sobre a falta de crença religiosa.

“A minha meta é fazer com que religiosos possam ver o filme e não se sentir descriminados, que possam colocar a mão na consciência e se perguntar se já foram intolerantes por conta da sua religiosidade”, comentou.

Langer acredita que os movimentos gay e ateísta possuem muitas semelhanças no que diz respeito a sua descriminação da sociedade padrão mundial. Segundo o carioca, muitos movimentos ateus levam a luta da classe LGBT como exemplo a ser seguido. De forma organizada e inteligente, as bandeiras contra o preconceito homossexual foram sendo levantadas de forma informativa durante todos esses anos.

A produção tem sido financiada totalmente pelo diretor até o momento. O cineasta criou uma campanha de financiamento coletivo online para angariar US$ 100 mil para finalizar todo o trabalho. Quem quiser contribuir pode acessar o site http://www.godlessdoc.com/ e procurar a opção da campanha.

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